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Alimentação

Cada aumento de 10% na ingestão de alimentos ultraprocessados eleva risco de demência em 25%

Por João Paulo Martins  em 02 de agosto de 2022

Cientistas associaram a dieta rica em produtos industrializados em maior chance de surgimento da doença neurodegenerativa

Cada aumento de 10% na ingestão de alimentos ultraprocessados eleva risco de demência em 25%
(Foto: Freepik)

 
Quem come muita quantidade de alimentos ultraprocessados, como bebidas açucaradas e salgadinhos, pode mais chance de desenvolver demência do que as pessoas que ingerem quantidades mais baixas desses produtos, revela estudo publicado na última quarta (27/7) na revista científica Neurology.

De acordo com os cientistas, privilegiar alimentos não processados ou minimamente processados, comendo meia maçã por dia, enquanto se reduz o consumo de ultraprocessados a uma barra de chocolate diariamente, ajudaria a reduzir em 3% o risco de demência.

Como se sabe, alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, salgadinhos, sorvete, salsicha, frango frito, feijão enlatado, ketchup e cereais, são ricos em açúcar, gordura e sódio e pobres em proteínas e fibras.

Os pesquisadores destacam que as descobertas não provam que esse tipo de produto causa demência, apenas revela uma associação.

Segundo o jornal britânico The Independent, para cada aumento de 10% na ingestão diária de alimentos ultraprocessados, o risco de ter a doença neurodegenerativa aumenta em 25%. Além disso, substituir apenas 10% dos alimentos ultraprocessados outros naturais ou minimamente processados, como frutas frescas, vegetais, legumes, leite e carne, pode reduzir o risco de demência em 19%.

O estudo analisou 72.083 participantes do estudo britânico UK Biobank. Eles tinham 55 anos ou mais e não apresentavam a doença no início da análise. Depois de serem acompanhados por uma média de 10 anos, 518 foram diagnosticados com demência.

De acordo com os cientistas, citados pelo jornal britânico, o grupo de alimentos ultraprocessados que apresentou pior efeito foram as bebidas adoçadas, seguidas por outros produtos açucarados e laticínios ultraprocessados.

“Os alimentos ultraprocessados podem ser convenientes e saborosos, mas diminuem a qualidade da dieta de uma pessoa. Esses alimentos também podem conter aditivos alimentares ou moléculas provenientes das embalagens ou do processo de aquecimento, que estudos anteriores demonstraram ter efeitos negativos nas habilidades de pensamento e memória”, comenta a pesquisadora Huiping Li, da Universidade Médica de Tianjin, na China, uma das autoras do estudo, citada pelo The Idependent.