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Alimentação

Carne pode fazer parte da dieta saudável, diz ONG britânica

Por João Paulo Martins  em 16 de agosto de 2021

Segundo a British Nutrition Foundation, que revisou 29 estudos, a saúde e o meio ambiente não sofrem com o acréscimo de pequenas porções de carnes, ovos e laticínios à dieta da população

Carne pode fazer parte da dieta saudável, diz ONG britânica
(Foto: Freepik)

A ONG britânica British Nutrition Foundation, instituição de caridade que trabalha com alimentação saudável, analisou 29 artigos científicos publicados nos últimos 10 anos e descobriu que não é necessário cortar totalmente a carne e os laticínios da dieta para que ela seja saudável e sustentável.

Segundo a ONG, citada pelo jornal britânico The Times, as recomendações alimentares feitas pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, por meio do guia Eatwell, oferece o melhor equilíbrio entre benefícios ambientais e de saúde.

O guia descreve uma dieta rica em alimentos vegetais, mas também inclui um pouco de carne, laticínios, peixes e ovos. Ele recomenda pelo menos cinco porções de frutas e vegetais diariamente, mais de 30 g de fibra e pelo menos uma porção de peixe gorduroso e uma de peixe magro por semana.

Como mostra o periódico, British Nutrition Foundation afirma que é importante “considerar os nutrientes essenciais” que a carne e outros alimentos de origem animal podem fornecer na dieta, como mais de 25% do ferro, 33% da vitamina A e cerca de 50% do cálcio, zinco, iodo e riboflavina nas recomendações de consumo no Reino Unido.

A ONG alerta que se a população mudar para uma dieta vegana sem que sejam desenvolvidos alimentos que forneçam esses nutrientes, seria um problema, já que as pessoas não ingeririam o suficiente dessas vitaminas e minerais. De acordo com o The Times, uma em cada 10 meninas de 11 a 18 anos no Reino Unido pode ter deficiência de ferro (anemia).

“Muitas vezes, a qualidade nutricional e o fornecimento de nutrientes essenciais não são levados em consideração nos julgamentos sobre o impacto ambiental dos alimentos e das dietas. É vital que a nutrição seja o foco das discussões sobre a transformação dos sistemas alimentares para que não corramos o risco de encorajar mudanças dietéticas que beneficiem o meio ambiente, mas prejudiquem a saúde das pessoas”, comenta Judy Buttriss, diretora-geral da British Nutrition Foundation e coautora da revisão, citada pelo jornal britânico.

A diretora-geral afirma ainda que uma vantagem da dieta rica em vegetais mas que inclui um pouco de carne, peixe, laticínios e ovos, é que se baseia em padrões alimentares já conhecidos da população. “No entanto, atualmente, menos de 1% das pessoas alcançam as recomendações do guia Eatwell e, portanto, há espaço para melhorias”, completa Buttriss ao The Times.