Cientistas criam anel de lula vegano idêntico ao natural, usando impressora 3D

Embora tenhamos cada vez mais produtos destinados às pessoas vegetarianas e veganas, ainda é difícil encontrar alimentos que simulem de forma atraente os frutos do mar. Em estudo apresentado em evento da Sociedade Americana de Química, realizado de 13 a 17/8, cientistas da Universidade Nacional de Cingapura apresentaram uma abordagem inovadora com opções veganas que não são apenas saborosas, mas refletem o perfil nutricional de peixes, polvos, lulas e moluscos.

A criação de frutos do mar à base de plantas que sejam idênticos aos animais representa um grande desafio devido às texturas complexas, aos sabores e ao conteúdo nutricional. No entanto, o pesquisador Dejian Huang, que liderou a pesquisa, acredita que um avanço está a caminho, combinando tecnologia de ponta e proteínas vegetais.

“Existem imitações de frutos do mar à base de plantas, mas os ingredientes geralmente não incluem proteínas. Queríamos fazer produtos à base de proteínas que fossem nutricionalmente equivalentes ou melhores do que frutos do mar reais”, comenta o cientista, citado pelo site EurekAlert!, da Associação Americana pelo Avanço da Ciência.

No estudo recém-apresentado, os pesquisadores desenvolveram um material à base de proteína feito de microalga e feijão mungo, que pode ser impresso em vários formatos usando uma impressora 3D destinada ao mercado alimentício.

Essa “tinta” revolucionária permite replicar as texturas das carnes dos frutos do mar. A equipe conseguiu recriar até o aspecto “borrachudo” e “gorduroso” que os entusiastas desse tipo de alimento tanto esperam. Como teste, foram criados anéis de lula veganos que, após serem assados na fritadeira por convecção (air fryer), teriam ficado idênticos aos tradicionais.

Embora ainda seja preciso aperfeiçoar a textura e as propriedades do material, os cientistas estão otimistas. Poornima Vijayan, que também participou do estudo da Universidade Nacional de Cingapura, enfatiza a importância do trabalho, dada à enorme demanda por frutos do mar, que geram problemas para o meio ambiente.

“Precisamos estar preparados do ponto de vista da proteína alternativa, principalmente em Cingapura, onde mais de 90% do pescado é usado”, alerta o pesquisador, citado pelo EurekAlert!, destacando a necessidade de soluções inovadoras.