Alimentação
Consumo de determinados antioxidantes, como carotenoides, pode reduzir risco de demência
Cientistas associaram dieta rica em frutas e vegetais compostos por antioxidantes, como cenoura, couve e maçã, à redução do risco de Alzheimer
Cientistas vivem buscando formas alternativas para reduzir o risco de doenças neurodegenerativas, como as demências, incluindo mudanças no estilo de vida e na dieta. Um novo estudo observacional descobriu que ingerir alimentos ricos em antioxidantes pode prevenir ou retardar os danos às células cerebrais causados pelo estresse oxidativo.
Na pesquisa publicada na revista científica Neurology em 4 de maio, cientistas investigaram se os antioxidantes presentes no sangue poderiam ter ligação com a probabilidade de desenvolvimento da doença de Alzheimer e outras demências. Para isso, eles analisaram dados de mais de 7.000 voluntários americanos, entre 45 e 90 anos, que foram acompanhados por uma média de 16 a 17 anos.
Como mostra o site americanas de notícias médicas Medical News Today, foram analisados os níveis de vários antioxidantes no sangue dos participantes, incluindo vitaminas A, C e E, e vários carotenoides – pigmentos encontrados em vegetais, como a cenoura, e que são convertidos em vitamina A pelo organismo.
Eles examinaram a relação entre os níveis desses antioxidantes e as taxas de Alzheimer e outras demências. De acordo com a pesquisadora May Beydoun, do Instituto Nacional do Envelhecimento dos EUA, principal autora do estudo, citada pelo site americano, os antioxidantes podem proteger o cérebro dos danos associados à demência.
“O estresse oxidativo pode ocorrer em nível excessivamente alto em nosso corpo, inclusive no cérebro. Em tais circunstâncias, consumir antioxidantes pode ajudar a proteger as células contra esses danos, incluindo as células cerebrais”, diz a cientista ao Medical News Today.
O estudo recém-publicado descobriu que níveis mais altos dos carotenoides chamados luteína e zeaxantina, que são encontrados em vegetais de folhas verdes como couve e espinafre, foram associados a um risco reduzido de demência.
Níveis mais altos de β-criptoxantina, um carotenoide encontrado em frutas vermelhas, maçãs e mamão, também foram associados a um risco reduzido de demência por todas as causas.
“Nosso estudo observacional sugere que, se as pessoas praticarem uma dieta rica em certos carotenoides, com altos níveis sanguíneos desses nutrientes, podem ter um risco menor de desenvolver demência com a idade”, comenta May Beydoun ao site especializado.
Embora os resultados sejam encorajadores, é importante ressaltar que o estudo é observacional e baseado na medição dos níveis de antioxidantes em um único período de tempo. O efeito protetor de alguns dos antioxidantes também se mostrou reduzido quando outros fatores foram levados em conta, como status socioeconômico e educação, segundo o Medical News Today.
Os pesquisadores dizem que são necessários ensaios controlados randomizados, que atribuem aleatoriamente dietas específicas a cada participante, em comparação com grupo de controle, podem ajudar a isolar os efeitos dos carotenoides no risco de demência.