Alimentação
Dieta rica em potássio e pobre em sódio pode reduzir risco de doenças cardiovasculares
Estudo mostra que ingerir de 2.000 a 6.000 mg de sódio diariamente pode elevar em 18% o risco de cardiopatias
Consumir menos sódio e mais potássio pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares, de acordo com estudo publicado no sábado (13/11) no periódico científico New England Journal of Medicine.
“Limitações metodológicas em estudos observacionais anteriores levaram à confusão entre o risco de cardiopatias e a redução dos níveis de sódio na dieta. Nosso estudo combinou dados de participantes individuais de seis estudos nos quais o sódio foi medido pelo método mais confiável, ou seja, múltiplas amostras de urina durante 24 horas. Nossos resultados devem ajudar a esclarecer o papel do sódio nas doenças cardiovasculares”, explica o pesquisador Yuan Ma, da Universidade de Harvard (EUA), um dos autores do estudo, entrevistado pelo site da instituição de ensino.
O sódio, principal componente do sal de cozinha, é encontrado naturalmente em alguns alimentos, mas costuma ser encontrado em grandes quantidades nos produtos ultraprocessados. Segundo a universidade americana, seu consumo é associado a problemas cardíacos.
Já o potássio, comum em frutas, verduras, feijão, nozes, laticínios e vegetais ricos em amido, gera um efeito oposto no corpo, podendo ajudar a relaxar os vasos sanguíneos e aumentar a eliminação de sódio pela urina, diminuindo a pressão arterial, esclarece o site de Harvard.
Na pesquisa atual, cientistas realizaram uma análise de seis estudos americanos, incluindo o Nurses’ Health Study I e II, contendo dados individuais de eliminação de sódio e potássio na urina e incidência de doenças cardiovasculares.
Como mostra o site da renomada instituição de ensino, os pesquisadores avaliaram várias amostras de urina coletadas de mais de 10.000 adultos saudáveis durante 24 horas. Eles foram acompanhados por cerca de nove anos. Um total de 571 eventos cardiovasculares foram documentados durante esse tempo.
Depois de levar em conta vários fatores de risco para o coração, os cientistas determinaram que a maior ingestão de sódio foi significativamente associada a maior risco cardiovascular – relativo ao consumo diário entre 2.000 e 6.000 mg, revela a Universidade de Harvard.
Cada aumento de 1.000 mg de sódio por dia, detectado na urina, corresponde a um aumento de 18% no risco de cardiopatias. Por outro lado, o acréscimo de 1.000 mg diárias de potássio na urina pode reduzir o risco de doença cardiovascular em 18%.