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Alimentação

Estudo associa consumo regular de adoçantes ao maior risco de doenças cardiovasculares

Por João Paulo Martins  em 08 de setembro de 2022

Cientistas avaliaram os possíveis riscos de doenças cardíacas com a ingestão diária de sucralose e aspartame

Estudo associa consumo regular de adoçantes ao maior risco de doenças cardiovasculares
(Foto: Freepik)

 

Beber uma lata de refrigerante diet todos os dias pode parecer uma ótima alternativa para evitar o ganho de peso, mas está relacionado ao maior risco de problemas cardiovasculares, revela estudo publicado na última quarta (7/9) no periódico científico British Medical Journal.

Pesquisadores franceses acompanharam 103.000 adultos durante nove anos para entender se havia ligação entre adoçantes artificiais e possíveis doenças cardíacas. Como mostra o jornal britânico The Times, o estudo descobriu que as pessoas que consumiam diariamente alimentos ou bebidas adoçadas artificialmente tinham 9% mais risco de problemas cardiovasculares. Quem ingeria aspartame, muito comum em refrigerantes de baixa caloria, tinha 23% mais chance de sofrer um derrame.

Os participantes do estudo consumiram, em média, 43 mg de adoçantes por dia, o equivalente a um pacotinho desses que ficam disponíveis em lanchonetes e restaurantes ou a 100 ml de refrigerante diet.

Entre os principais substitutos do açúcar, destaque para sucralose e aspartame, que são inodoros e possuem cerca de 200 vezes a capacidade de adoçar da sacarose (açúcar comum), informa o jornal britânico.

“Esses aditivos alimentares, consumidos diariamente por milhões de pessoas e presentes em milhares de alimentos e bebidas, não devem ser considerados uma alternativa saudável e segura ao açúcar”, alertam os cientistas no estudo recém-divulgado, citado pelo The Times.

Os pesquisadores acreditam que os adoçantes podem reduzir a capacidade do corpo de tolerar a glicose, interferindo na produção da insulina (hormônio), e afetar a saúde do microbioma intestinal (bactérias benéficas).

No estudo atual, os participantes, que tinham em média 42 anos, registraram tudo o que comiam e bebiam ao longo de três dias. No total, 37% consumiram adoçantes artificiais em bebidas e laticínios, que eram considerados opções “saudáveis”. A saúde dos voluntários foi então monitorada ao longo dos nove anos da pesquisa.

É importante lembrar que esse estudo foi observacional, não possuindo relação de causa e efeito, sendo necessárias novas pesquisas para entender as ligações entre adoçantes artificiais e o risco de desenvolver doenças cardiovasculares.

A dica dos especialistas é trocar refrigerantes por água e aumente a ingestão de alimentos saudáveis ​​para o coração, como lentilhas, nozes e sementes, além de frutas, legumes e grãos integrais, revela o jornal britânico.

Curiosamente, o site da Coca-Cola Brasil traz uma explicação para a “fake news” que associa adoçantes ao risco de AVC ou demência. “Os produtos adoçados artificialmente são aprovados pelas autoridades de saúde americana (FDA) e europeia (EFSA). No Brasil, a Anvisa atesta a segurança de refrigerantes diet e zero. O National Institutes of Health (NIH) atesta que fatores de risco aumentam a possibilidade de desenvolvimento de AVC e demência. No entanto, o NIH não menciona edulcorantes (adoçantes) de baixa ou nenhuma caloria como um fator de risco”, diz a empresa americana.