Supermercados da Ucrânia decidem boicotar a Coca-Cola por continuar atuando na Rússia

Em meio ao conflito no leste da Europa, ucranianos pedem o boicote às gigantes americanas McDonald’s, Coca-Cola e Pepsico por não aderirem às outras empresas globais que deixaram de operar na Rússia, como forma de sanção econômica.

Três redes de supermercados ucranianas anunciaram que estão removendo os produtos da Coca-Cola, informa o jornal britânico The Independent, que lembra que dezenas de grandes corporações, incluindo Apple e Netflix, interromperam as operações em solo russo desde que o presidente Vladimir Putin invadiu a Ucrânia.

Mas, enquanto muitas marcas se posicionaram contra a guerra, várias empresas de alimentos e bebidas permaneceram em silêncio e se recusaram a cortar os laços com a Rússia.

McDonald’s, Coca-Cola e Pepsico estão sob crescente pressão de figuras políticas e usuários de redes sociais para retirar seus negócios do país.

A rede ucraniana de supermercados Novus, citada pelo jornal britânico, informou na última sexta (4/3) que deixaria de vender produtos da Coca-Cola, incluindo Fanta, Schweppes e água mineral BonAqua), classificando a empresa como “sem vergonha” por continuar “trabalhando para os invasores”.

“Nossa rede de supermercados não coopera mais com a empresa Coca-Cola, que continua operando no território do agressor. Estamos abandonando todos os produtos pertencentes à marca”, diz a Novus, citada pelo The Independent.

Quem também seguiu essa linha foram as redes de supermercados Fozzy Group e Varus.

Não há informação específica de ganhos da Coca no mercado russo, mas sua engarrafadora na região adquire 21% da receita com consumidores da Ucrânia e da Rússia.

De acordo com o jornal, o McDonalds possui 847 filiais russas, que responde por cerca de 9% da receita da rede americana de fast-food.

Já a Pepsico, que é dona da Pepsi, Quaker e Elma Chips (Brasil), recebeu dos russos cerca de 4% de sua receita global em 2021, representando a maior fabricante de alimentos e bebidas da Rússia, conforme o The Independent.