Bem-Estar
Andar ao ar livre durante o dia pode ajudar a dormir mais cedo, revela estudo
A luz solar teria influência em nosso relógio biológico, favorecendo o surgimento do sono à noite
Sair de casa e andar ao ar livre durante o dia pode ajudar a dormir mais facilmente à noite, de acordo com estudo publicado no final de novembro no periódico científico Journal of Pineal Research.
Embora os cientistas tenham descoberto que a quantidade de horas dormidas no Verão, Outono, Inverno e Primavera tenha sido semelhante, nos meses mais frios do ano, os participantes da pesquisa iam dormir mais tarde à noite e, consequentemente, acordavam mais tarde pela manhã.
Segundo o site americano de notícias científicas Science Alert, os pesquisadores acreditam que a menor exposição à luz do Sol pode ser responsável por mudanças em nosso relógio biológico (ciclo circadiano), fazendo com que estejamos menos preparados para dormir à noite.
“Nossos corpos têm um relógio circadiano natural que nos diz quando dormir à noite. Se você não se expõe à luz o suficiente durante o dia quando o Sol está a pino, isso atrasa seu relógio e, consequentemente, atrasa o início do sono à noite”, explica o biólogo Horacio de la Iglesia, da Universidade de Washington em Seattle, nos EUA, principal autor do estudo, citado pelo site especializado.
A pesquisa envolveu 507 alunos de graduação da Universidade de Washington, com dados coletados entre 2015 e 2018 por meio de monitores de pulso, que mediam tanto a atividade do sono quanto a exposição à luz solar.
Durante o Inverno, os voluntários foram para a cama em média 35 minutos mais tarde e acordaram em média 27 minutos mais tarde do no Verão.
Os resultados surpreenderam os cientistas, já que a latitude elevada de Seattle proporciona muita luz natural no Verão, favorecendo quem curte atividades noturnas.
Como mostra o Science Alert, a exposição à luz pode gerar diferentes impactos no relógio circadiano em diferentes momentos do dia. É mais provável que a incidência da radiação solar durante o dia ajude a dormir mais cedo, enquanto as fontes artificiais de iluminação à noite possa atrasar o sono. A análise revelou ainda que cada hora de exposição à luz diurna, mesmo em dias nublados, adiantou as fases circadianas dos alunos em cerca de 30 minutos. No entanto, cada hora de luz do entardecer atrasava essas fases em cerca de 15 minutos.
Todos somos influenciados até certo ponto por nosso relógio biológico, que segue um ciclo de aproximadamente 24 horas. O funcionamento dele pode ser afetado pela idade, dieta e uso de tecnologia – especialmente a exposição à luz azul emitida pelas telas.
“Muitos de nós vivemos em cidades e vilas com muita luz artificial e estilos de vida que nos mantêm dentro de casa durante o dia. O que nosso estudo mostra é que precisamos sair, mesmo por pouco tempo e especialmente pela manhã, para obter exposição à luz natural. À noite, minimize o tempo de tela e a iluminação artificial para nos ajudar a adormecer”, comenta Horacio de la Iglesia, citado pelo Science Alert.