Bem-Estar
Cigarro eletrônico também aumenta risco de doenças pulmonares
Quem fuma tanto cigarro comum quanto eletrônico triplica as chances de ter algum problema nos pulmões, segundo cientistas americanos
Nesta segunda (31/5) é celebrado o Dia Mundial Sem tabaco e é preciso entender que o cigarro eletrônico (e-cigarette), muito comum entre influenciadores digitais, também aumenta o risco de doenças pulmonares crônicas como asma, bronquite, enfisema ou doença pulmonar obstrutiva crônica.
A pesquisa da Universidade da Califórnia em São Francisco (EUA), publicada em dezembro de 2019 no periódico científico American Journal of Preventive Medicine, também descobriu que pessoas que usavam cigarros comuns e eletrônicos corriam risco ainda maior de desenvolver doença pulmonar crônica do que as que usavam qualquer um dos produtos isoladamente.
Os resultados são baseados numa análise de dados do estudo americano Population Assessment of Tobacco and Health, que rastreou hábitos de cigarro eletrônico e tabaco, bem como novos diagnósticos de doenças pulmonares em mais de 32.000 adultos entre 2013 e 2016.
Ao avaliar pessoas que não tiveram nenhuma doença pulmonar relatada, levando em consideração o uso de cigarros comuns e eletrônicos, acompanhando-as por três anos, o estudo longitudinal da Universidade da Califórnia oferece evidências mais fortes em relação a outras pesquisas no que diz respeito à relação causal entre adultos, tabagismo e problemas pulmonares.
“O que descobrimos é que, para usuários de cigarros eletrônicos, as chances de desenvolver doenças pulmonares aumentam em cerca de um terço. Concluímos que os cigarros eletrônicos são prejudiciais por si só e os efeitos são independentes do fumo convencional”, afirma o pesquisador Stanton Glantz, principal autor do estudo, citado pelo site de notícias científicas EurekAlert.
Risco aumenta com qualquer cigarro
Na pesquisa de 2019, usuários de cigarros eletrônicos apresentaram 1,3 vezes mais probabilidade de desenvolver doenças pulmonares crônicas, enquanto os fumantes de tabaco tiveram risco aumentado em 2,6 vezes.
Para quem usa os dois tipos de cigarros, os riscos se multiplicam, mais do que triplica a chance de desenvolver doenças pulmonares.
“Os usuários duplos [cigarro comum e eletrônico], que é padrão mais comum entre as pessoas que usam e-cigarette, têm o risco combinado de cigarros eletrônicos e convencionais, portanto, estão numa situação pior do que os fumantes de tabaco”, alerta Glantz ao site especializado.
A descoberta é particularmente relevante, pois o debate continua acirrando sobre a suposta segurança no uso de cigarros eletrônicos e vaporizadores como uma ferramenta de redução de danos para os fumantes.
Apesar de os autores mostrarem que trocar o tabaco comum para os cigarros eletrônicos diminuiu o risco de desenvolver doenças pulmonares, menos de 1% dos fumantes aceitaram mudar completamente para os e-cigarettes.