Bem-Estar
Comer em certos horários pode evitar hipertensão noturna em diabéticos
Estudo feito com cobaias revela que é possível evitar o aumento da pressão arterial à noite em pessoas com diabetes tipo 2 ao restringir os horários das refeições
Um estudo realizado pela Universidade de Kentucky, nos EUA, e publicado no dia 22 de junho na revista científica PNAS, sugere que restringir o horário das refeições pode ajudar no controle da pressão arterial à noite em pessoas com diabetes tipo 2.
Cientistas descobriram que uma rotina na qual se deve comer em horários específicos a cada dia pode ajudar a prevenir e a melhorar a hipertensão noturna relacionada ao diabetes, pelo menos em cobaias.
“Estamos entusiasmados com as descobertas e as implicações que podem ter em estudos clínicos futuros. Além das mudanças no estilo de vida, como dieta e exercícios, a alimentação com restrição de tempo pode ter um impacto saudável nas pessoas com diabetes tipo 2”, comenta o pesquisador Zhenheng Guo, um dos autores do estudo, citado pelo site de notícias médicas Medical Xpress.
Aumento da pressão à noite
Como mostra o site especializado, normalmente a pressão arterial cai à noite e aumenta ao acordar, seguindo o ritmo circadiano do corpo. Em alguns pacientes hipertensos, essa redução noturna costuma não ocorrer. Em pessoas com diabetes tipo 2, a maior pressão à noite está associada a problemas cardiovasculares.
No estudo, a alimentação com restrição de tempo evitou que camundongos diabéticos apresentassem aumento da pressão arterial à noite. A prática também ajudou a restaurar o ritmo circadiano em cobaias que apresentavam hipertensão noturna.
Os cientistas fizeram com que as cobaias passassem por jejum intermitente no qual podiam comer durante oito horas do dia. Quando a disponibilidade de alimentos aumentou para 12 horas, a prática ainda era eficaz na prevenção e no tratamento da pressão arterial.
Para Zhenheng Guo, citado pelo Medical Xpress, essa é uma evidência de que os efeitos da restrição de tempo foram causados pelo horário da alimentação e não pela menor ingestão de calorias.
Além da importância do estudo para futuras pesquisas clínicas em pessoas, os pesquisadores acreditam que ele ajuda no entendimento das causas e dos mecanismos relacionados à hipertensão noturna em diabéticos.