Bem-Estar
Consumo diário de suplementos de vitaminas e minerais pode retardar problemas neurológicos em idosos, diz estudo
Cientistas analisaram mais de 5.000 voluntários para encontrar a relação entre os nutrientes e o retardo no surgimento de doenças como Alzheimer
Um estudo feito com mais de 5.000 voluntários sugere que o uso diário de suplemento de vitaminas e minerais pode proteger o cérebro à medida que envelhecemos, ajudando a evitar doenças neurodegenerativas como Alzheimer. A pesquisa foi publicada em 18 de janeiro deste ano, no periódico científico The American Journal of Clinical Nutrition.
Como mostra o site americano Science Alert, os cientistas, liderados por uma equipe da rede de hospitais Mass General Brigham, dos EUA, passaram dois anos realizando testes cognitivos em 573 participantes com mais de 60 anos. Os voluntários foram divididos em quatro grupos e receberam diferentes combinações de suplementos de extrato de cacau, multivitamínicos e placebos.
Análise desse experimento mostra que o consumo de suplementos está associado a um benefício estatisticamente significativo em termos de competências cognitivas globais ao longo de dois anos e a um aumento ainda maior na memória episódica (eventos datados).
Os resultados foram então combinados com uma meta-análise de dois estudos anteriores, abrangendo outras 4.630 pessoas com mais de 60 anos, avaliadas por meio de chamadas telefónicas e testes online. Novamente os cientistas descobriram que aqueles que tomavam suplementos tiveram melhor desempenho nos testes cognitivos e de memória.
“O declínio cognitivo está entre as principais preocupações de saúde para a maioria dos adultos mais velhos, e um suplemento diário de multivitaminas tem o potencial de ser uma abordagem atraente e acessível para retardar o envelhecimento cognitivo”, diz o psiquiatra Chirag Vyas, do Mass General Brigham, citado pelo Science Alert.
Considerando a análise de todos os 5.203 voluntários, os pesquisadores sugerem que tomar suplementos de vitaminas e minerais diariamente pode retardar o envelhecimento cognitivo em cerca de dois anos, em média, nos idosos.
É importante lembrar que não se trata de um estudo de causa e efeito, mas observacional. Além disso, de acordo com o site americano, os autores alertam que houve baixa diversidade étnica e racial entre os participantes brancos, principalmente não-hispânicos, e só foi avaliado um tipo de suplemento multivitamínico, portanto seus resultados podem não ser generalizados.
Agora, os cientistas querem entender a relação entre o consumo de multivitamínicos e a capacidade cognitiva, porque não está imediatamente claro qual nutriente (vitamina ou mineral) pode ter o maior efeito no cérebro.