Bem-Estar
Dieta rica em gordura e pobre em carboidratos pode ajudar quem tem diabetes tipo 2, diz estudo
Cientistas descobriram que, após seis meses, diabéticos que comeram mais gordura e menos açúcares tiveram redução do peso e da glicemia
Pacientes conseguiram per peso e controlar o diabetes após seis meses de dieta sem restrição de calorias, com baixo consumo de carboidratos e alto teor de gordura, em comparação com aqueles que comeram muito carboidrato e pouca gordura. Essa descoberta consta de um estudo realizado com 165 pessoas com diabetes tipo 2 e que foi publicada na última terça (13/12) no periódico científico Annals of Internal Medicine.
Como mostra o site americano SciTechDaily, as mudanças não foram significativas nos três meses posteriores à dieta, sugerindo que apenas mudanças de longo prazo seriam capazes de gerar benefícios significativos à saúde.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, o Brasil é o sexto país do mundo em número de diabéticos e o primeiro na América Latina. São 15,7 milhões de pacientes com a condição, e a estimativa é que, até 2045, a doença afete 23,2 milhões de brasileiros adultos. Cerca de 90% dos casos de diabetes no mundo são do tipo 2, que está relacionado com o excesso de peso e resistência à insulina.
No estudo recém-divulgado, cientistas da Universidade do Sul da Dinamarca em Odense dividiram os 165 voluntários com diabetes tipo 2 em dois grupos: um realizou dieta com baixo teor de carboidratos e alto teor de gordura e o outro, com alto teor de carboidratos e baixo teor de gordura. Durante seis meses, eles foram convidados a comer o número de calorias equivalente ao gasto energético. Os participantes na dieta pobre em carboidratos foram instruídos a consumir não mais do que 20% das calorias na forma de açúcares, mas poderiam ingerir de 50 a 60% em forma de gorduras e de 20 a 30% em proteínas. Já os voluntários da dieta com baixo teor de gordura deveriam comer cerca da metade das calorias na forma de carboidratos e o restante dividido igualmente entre gorduras e proteínas.
De acordo com o SciTechDaily, quem seguiu o plano alimentar pobre em açúcares reduziu a quantidade de hemoglobina A1c (marcados do nível de glicose no sangue) 0,59% a mais do que os que fizeram a dieta com baixo teor de gordura. Além disso, eles perderam 3,8 kg a mais e apresentaram menos gordura corporal e circunferência abdominal, em comparação com os que ingeriram mais carboidratos. Os dois grupos de participantes apresentaram maior nível do colesterol HDL (considerado bom) e menor de triglicerídeos (tipo de gordura) após seis meses da intervenção.
No entanto, as mudanças não foram percebidas três meses após o começo da dieta, sugerindo que as mudanças precisam ser mantidas a longo prazo para que se obtenha os efeitos necessários. O fígado não foi afetado pela alta ingestão de gordura no grupo de baixo carboidrato: os pesquisadores não encontraram diferença na quantidade de gordura no fígado ou inflamação entre os dois grupos, informa o site americano.