busca

Bem-Estar

Dieta rica em gordura e pobre em carboidratos pode ajudar quem tem diabetes tipo 2, diz estudo

Por João Paulo Martins  em 19 de dezembro de 2022

Cientistas descobriram que, após seis meses, diabéticos que comeram mais gordura e menos açúcares tiveram redução do peso e da glicemia

Dieta rica em gordura e pobre em carboidratos pode ajudar quem tem diabetes tipo 2, diz estudo
(Foto: Pixabay)

 

Pacientes conseguiram per peso e controlar o diabetes após seis meses de dieta sem restrição de calorias, com baixo consumo de carboidratos e alto teor de gordura, em comparação com aqueles que comeram muito carboidrato e pouca gordura. Essa descoberta consta de um estudo realizado com 165 pessoas com diabetes tipo 2 e que foi publicada na última terça (13/12) no periódico científico Annals of Internal Medicine.

Como mostra o site americano SciTechDaily, as mudanças não foram significativas nos três meses posteriores à dieta, sugerindo que apenas mudanças de longo prazo seriam capazes de gerar benefícios significativos à saúde.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, o Brasil é o sexto país do mundo em número de diabéticos e o primeiro na América Latina. São 15,7 milhões de pacientes com a condição, e a estimativa é que, até 2045, a doença afete 23,2 milhões de brasileiros adultos. Cerca de 90% dos casos de diabetes no mundo são do tipo 2, que está relacionado com o excesso de peso e resistência à insulina.

No estudo recém-divulgado, cientistas da Universidade do Sul da Dinamarca em Odense dividiram os 165 voluntários com diabetes tipo 2 em dois grupos: um realizou dieta com baixo teor de carboidratos e alto teor de gordura e o outro, com alto teor de carboidratos e baixo teor de gordura. Durante seis meses, eles foram convidados a comer o número de calorias equivalente ao gasto energético. Os participantes na dieta pobre em carboidratos foram instruídos a consumir não mais do que 20% das calorias na forma de açúcares, mas poderiam ingerir de 50 a 60% em forma de gorduras e de 20 a 30% em proteínas. Já os voluntários da dieta com baixo teor de gordura deveriam comer cerca da metade das calorias na forma de carboidratos e o restante dividido igualmente entre gorduras e proteínas.

De acordo com o SciTechDaily, quem seguiu o plano alimentar pobre em açúcares reduziu a quantidade de hemoglobina A1c (marcados do nível de glicose no sangue) 0,59% a mais do que os que fizeram a dieta com baixo teor de gordura. Além disso, eles perderam 3,8 kg a mais e apresentaram menos gordura corporal e circunferência abdominal, em comparação com os que ingeriram mais carboidratos. Os dois grupos de participantes apresentaram maior nível do colesterol HDL (considerado bom) e menor de triglicerídeos (tipo de gordura) após seis meses da intervenção.

No entanto, as mudanças não foram percebidas três meses após o começo da dieta, sugerindo que as mudanças precisam ser mantidas a longo prazo para que se obtenha os efeitos necessários. O fígado não foi afetado pela alta ingestão de gordura no grupo de baixo carboidrato: os pesquisadores não encontraram diferença na quantidade de gordura no fígado ou inflamação entre os dois grupos, informa o site americano.