Bem-Estar
Energético diet pode causar várias doenças, inclusive derrame
Isso segundo dois estudos recentes que avaliaram os efeitos das bebidas energéticas sem açúcar em cobaias
Duas pesquisas recentes com cobaias investigaram como o consumo de bebidas energéticas sem açúcar afeta a saúde e os resultados não foram bons.
O primeiro estudo, publicado dia 3 de maio na revista científica Frontiers in Nutrition, revela que o uso excessivo da bebida diet causou danos aos vasos sanguíneos do cérebro dos ratos.
A outra pesquisa, publicada dia 6 de abril no periódico científico Nutrients, mostra que a ingestão excessiva de energéticos pode induzir a síndrome metabólica (causadora de doenças como diabetes) nas cobaias quase da mesma forma que a dieta ocidental rica em gorduras saturadas.
Segundo o principal pesquisador dos estudos, Ryusuke Takechi, da Universidade Curtin, na Austrália, citado pelo site da instituição nesta segunda (17/5), apesar de as pesquisas terem sido realizadas com ratos, as descobertas sobre o uso a longo prazo são um alerta em potencial para os consumidores.
“As bebidas energéticas que contêm grandes quantidades de cafeína e açúcar são cada vez mais consumidas, principalmente por jovens. Muitos podem acreditar que as versões diet (sem açúcar) são ‘mais saudáveis’ para eles, mas nossos estudos apontam o contrário”, comenta o pesquisador ao site da universidade.
Ele explica que a investigação sobre o dano potencial ao cérebro descobriu que os energéticos, mesmo os diets, podem afetar os vasos sanguíneos no cérebro e aumentar a inflamação, nos modelos testados com cobaias.
“Isso é particularmente preocupante porque danos aos vasos sanguíneos do cérebro e inflamação intensificada são características iniciais de muitos distúrbios neurodegenerativos, como doença de Alzheimer e esclerose múltipla”, alerta Ryusuke Takechi.
Energéticos diets podem causar obesidade e diabetes
O segundo estudo da Universidade de Curtin avaliou o efeito do consumo excessivo de bebida energética em relação ao risco de surgimento da síndrome metabólica, responsável por doenças cardiovasculares, derrame e diabetes.
“Particularmente interessante foi o fato de descobrimos que o energético sem açúcar também promoveu a síndrome metabólica e aumentou as taxas de glicose e colesterol no sangue em camundongos, em níveis semelhantes aos das bebidas energéticas tradicionais”, comenta o pesquisador ao site da instituição australiana de ensino.
Além disso, de acordo com Ryusuke Takechi, a ingestão de energético a longo prazo, diet ou não, resulta no aumento da glicose no sangue e das gorduras ruins (triglicerídeos), que são uma característica comum do diabetes. Também houve aumento da gordura corporal dos ratos sem nenhuma alteração de peso.
“Os dois estudos devem soar alarmantes para os consumidores, no entanto, são necessárias mais pesquisas que estudem além dos modelos de camundongos para investigar os efeitos de componentes individuais específicos de bebidas energéticas, incluindo adoçantes artificiais”, diz o pesquisador.