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Bem-Estar

Especialista alerta para os riscos do antiviral Paxlovid, da Pfizer, em pacientes com problemas cardiovasculares

Por João Paulo Martins  em 05 de fevereiro de 2022

Medicamento indicado no tratamento da Covid-19 possui várioas interações medicamentosas preocupantes

Especialista alerta para os riscos do antiviral Paxlovid, da Pfizer, em pacientes com problemas cardiovasculares
(Foto: Pfizer/Divulgação)

 

Depois que a Food and Drug Administration (FDA), espécie de Vigilância Sanitária dos Estados Unidos, aprovou o uso do remédio Paxlovid, da biofarmacêutica americana Pfizer, no tratamento da covid-19, as pílulas se tornaram uma esperança para reduzir a gravidade da doença. Porém, um especialista alerta para possíveis efeitos negativos no sistema cardiovascular.

Segundo informação divulgada pela própria Pfizer, o Paxlovid pode reduzir o risco de hospitalização ou morte em 88% em pacientes com coronavírus quando tomado dentro de cinco dias após o início dos sintomas.

Na última sexta (4/2), o Instituto Lazzaro Spallanzani, em Roma, na Itália, virou notícia ao ter o primeiro paciente com covid a ser tratado com o medicamento antiviral da biofarmacêutica americana.

A FDA publicou um documento voltado a profissionais da saúde sobre o uso do Paxlovid e inclui, além de possíveis efeitos colaterais, contraindicações em caso de uso de certos remédios, comuns para tratamento de doenças como pressão alta, diabetes, insuficiência cardíaca e arritmias.

Alguns dos medicamentos para cardiopatias comuns que não devem ser tomados junto com as pílulas da Pfizer incluem: Miodon (amidarona), Zocor (sinvastatina) e Ritmonorm (propafenona).

Segundo o cardiologista americano David Becker, da clínica Chestnut Hill Temple Cardiology, em Flourtown, Pensilvânia (EUA), alguns desses fármacos podem ser interrompidos durante o uso do Pavlovid. “Mas outros remédios, como amiodarona, ficam no corpo por um bom tempo, e a adição de Paxlovid é completamente contraindicada”, alerta o especialista, que tem 25 anos de experiência, em artigo publicado na última quarta (2/2) no jornal americano The Philadelphia Inquirer.

O medicamento para covid-19 contém nirmatrelvir, que inibe uma proteína do coronavírus (SARS-CoV-2), impedindo a replicação do micro-organismo, e ritonavir, que retarda a degradação do nirmatrelvir para ajudá-lo a permanecer no corpo por um período mais longo em concentrações mais elevadas.

“Tomar Paxlovid não é uma decisão fácil. É muito eficaz nos estudos feitos até agora, especialmente nos não vacinados. No entanto, o medicamento interfere com tantos medicamentos usados para condições médicas crônicas que precisa ser tomado com cuidado”, diz Becker no artigo recente.

Ele revela que pode ficar relutante em receitar o antiviral da Pfizer para seus pacientes que muitos fármacos, já que é preciso entender as interações medicamentosas antes do uso. “Não é uma panaceia [suposta propriedade benéfica]. Vacinar para reduzir o risco de complicações como morte e hospitalização parece uma opção muito mais segura”, completa o cardiologista americano.