Bem-Estar
Estudo associa diagnóstico precoce de diabetes ao maior risco de demência
Pesquisadores afirmam que idosos podem ter mais chance de sofrer com o problema neurológico quando adquirem diabetes tipo 2 na meia-idade
Uma pesquisa publicada nesta terça (27/4) no jornal científico JAMA sugere que o risco de demência em idosos aumenta quanto mais cedo se dá o diagnóstico de diabetes tipo 2.
“Tomados em conjunto, os resultados destacam a importância da idade de início do diabetes para o risco de demência”, afirmam os cientistas no estudo.
As conclusões da pesquisa são baseadas em dados de 10.095 participantes do estudo Whitehall II do Reino Unido. Entre 1985 e 2019, 16,9% dos voluntários desenvolveram diabetes e 6,3% foram diagnosticados com demência.
No geral, as pessoas com o problema metabólico eram mais propensas a desenvolver demência: 6,25 casos anuais a cada grupo de 1.000. Nos participantes sem diabetes, a taxa foi de 1,76 por 1000.
Jovens adultos diabéticos com maior risco
De acordo com o estudo, a idade de diagnóstico do diabetes foi importante para o surgimento do problema neurológico associado ao Mal de Alzheimer. Por exemplo, entre os voluntários com 70 anos, cada 5 anos a menos na idade de início do diabetes o risco da demência aumentou 24%, em comparação com os saudáveis.
Nessa faixa etária, a taxa anual de demência em pessoas sem diabetes era de 8,86 por grupo de 1000, e os números subiram para 10, 12,99 e 18,30 por 1000 pessoas/ano para aqueles que apresentaram o problema metabólico 5, 6, 10 e mais de 10 anos antes, respectivamente.
É importante notar que os participantes com pré-diabetes (com base na glicemia de jejum) não tiveram uma probabilidade significativamente aumentada de demência em qualquer idade, apesar das taxas serem ligeiramente mais altas do que naqueles sem a doença metabólica, alertam os cientistas.
“É possível que a glicose em jejum dentro da faixa normal não afete adversamente a função cerebral. Foi demonstrado que a glicemia de jejum em pessoas sem diabetes está apenas modestamente associada ao risco de doença vascular”, afirmam os pesquisadores no estudo recém-publicado.