Bem-Estar
EUA aprovam uso de remédio de diabetes no combate à obesidade
A semaglutida poderá ajudar a controlar o peso em obesos e pessoas com sobrepeso que tenham alguma comorbidade, como diabetes e hipertensão
Um medicamento usado no tratamento do diabetes tipo 2 acaba de ser aprovado nos Estados Unidos para ajudar pessoas com obesidade a emagrecerem. É a primeira vez desde 2014 que a Food and Drug Administration, espécie de Vigilância Sanitária dos EUA, aprova um remédio moderador de apetite.
O medicamento aprovado recebe o nome de Wegovye é fabricado pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, usando o mesmo princípio ativo do Ozempic, para diabetes: a semaglutida.
Recentemente, evidências científicas mostraram que essa substância em dosagem diferente também funciona como um poderoso e eficaz inibidor de apetite.
O estudo, publicado em março no periódico científico The New England Journal of Medicine, envolveu quase 2.000 adultos obesos de 16 países diferentes. Os pesquisadores descobriram que o tratamento a longo prazo com semaglutida contribuiu com a média de 15% de perda de peso nos voluntários.
Alguns perderam ainda mais: mais de 30% dos obesos perderam mais de 20% do peso corporal.
“Nenhuma outra droga chegou perto de produzir esse nível de perda de peso. Realmente é uma virada de jogo. Pela primeira vez, as pessoas podem alcançar por meio de medicamentos o que só era possível pela cirurgia de controle da obesidade”, afirma a pesquisadora Rachel Batterham, da Universidade College de Londres, no Reino Unido, uma das autoras do estudo, citada pelo site de notícias científicas ScienceAlert.
Uso em casos de comorbidades
Apesar de a Food and Drug Administration ter aprovado o uso do Wegovy (semaglutida) na última sexta (4/6), seu uso não é direcionado a qualquer pessoa com obesidade ou sobrepeso. A agência americana salienta que o remédio deve ser usado por quem tem, pelo menos, uma condição associada ao excesso de peso (comorbidades), como hipertensão, diabetes tipo 2 ou colesterol alto.
A terapia deverá ser lançada pela Novo Nordisk nos Estados Unidos no final deste mês e é apresentada na forma de uma injeção a ser dada uma vez por semana. Ela contém um hormônio que faz os receptores do cérebro se sentirem mais satisfeitos, ajudando a comer menos.
Quem estiver apto a receber o tratamento poderá sofrer efeitos colaterais leves ou moderados, incluindo náusea, diarreia, vômito, constipação e dor abdominal.
Outro ponto negativo do medicamento é seu preço. Embora a farmacêutica dinamarquesa ainda não tenha confirmado o preço do Wegovye nos EUA, o ScienceAlert revela que a estimativa é de que a empresa cobre cerca de US$ 1.300 (R$ 6.500) por mês pela terapia.