Bem-Estar
Fogão a lenha e lareira nas cidades geram mais câncer que poluição dos veículos, diz estudo
Cientistas descobriram que a queima da madeira está mais associada à produção de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, substância cancerígenas, do que os combustíveis fósseis
Queimar madeira em fogões a lenha ou lareiras pode causar mais câncer em quem mora nas cidades do que a poluição gerada pelos veículos, sugere um estudo publicado no dia 7 de dezembro na revista Atmospheric Chemistry and Physics.
De acordo com os cientistas, citados pelo jornal britânico The Times, materiais orgânicos como madeira, carvão ou óleo, quando queimados, produzem hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) que são “conhecidos por terem efeitos mutagênicos e cancerígenos”.
A pesquisa analisou a produção de HPA na cidade de Atenas, na Grécia, durante um ano, e descobriu que 31% desses produtos químicos foram criados pela queima de madeira, em comparação com 33% provenientes da combustão de óleo diesel e 31% da gasolina.
Os cientistas também analisaram as concentrações de um HPA chamado benzo(a)pireno, que está associado a um risco aumentado de câncer. Eles descobriram que, ao quantificar as chances de surgimento de tumor nas cidades, 43% se devem à queima de lenha; 36% pelo diesel; e 17% pela gasolina.
“Sabemos que a fumaça da queima de madeira é muito mais tóxica do que outros tipos de partículas. Basicamente, você precisa parar de queimar madeira. Esse é o objetivo”, afirma o pesquisador Athanasios Nenes, da Fundação para Pesquisa e Tecnologia de Patras, na Grécia, um dos autores do estudo, citado pelo The Times.
A pesquisa sugere ainda que novas regras podem ser necessárias para limitar a queima de madeira e que mais pesquisas são necessárias para comprovação dos achados.