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Bem-Estar

Força e massa muscular podem afetar tempo de internação por covid-19

Por João Paulo Martins  em 18 de abril de 2021

Essa relação foi descoberta por cientistas brasileiros e britânicos em estudo recém-publicado. Confira!

Força e massa muscular podem afetar tempo de internação por covid-19
(Foto: Pixabay)

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Robert Gordon, no Reino Unido, descobriram que pacientes que pegaram covid-19 mas possuíam boa força muscular e maior massa muscular tiveram menos tempo de hospitalização.

Apesar de idosos e pessoas com comorbidades, como diabetes e hipertensão, normalmente serem as principais vítimas graves do coronavírus, há relatos de jovens, aparentemente saudáveis, hospitalizados e com consequências mais danosas da covid-19, sugerindo que pode haver outras características que afetam a progressão da doença, incluindo os músculos.

A massa muscular responde por cerca de 40% de nossa massa corporal e desempenha um papel importante em vários processos corporais, como resposta imunológica, regulação da glicose no sangue e taxa metabólica basal.

No estudo (ainda não avaliado por outros cientistas) publicado dia 31 de março no repositório científico online medRxiv, os pesquisadores avaliaram se a força e a massa musculares de pacientes com coronavírus, no momento da admissão hospitalar, poderiam indicar o tempo de internação.

Entenda o estudo

A equipe conduziu o estudo entre março e outubro de 2020 no Hospital das Clínicas da USP. Foram avaliados 196 participantes adultos, com idade média de 59 anos, que tiveram teste de covid-19 confirmado e que precisaram ser hospitalizados com base nos sintomas.

Na admissão hospitalar dos voluntários, a equipe analisou a força de preensão manual e o tamanho do músculo da coxa, por meio de ultrassonografia. A força de preensão manual é uma medida simples e de baixo custo e é comum em ambientes clínicos para fornecer um indicador da saúde geral de indivíduos em todas as idades.

Foram consideradas outras condições comuns que os pacientes apresentaram no Hospital das Clínicas, como hipertensão, obesidade e diabetes.

No estudo recém-publicado, os cientistas avaliaram as taxas de risco e descobriram que a maior força de preensão manual, quando padronizado de acordo com o sexo, foi associada a um menor tempo de internação. Voluntários mais fortes permaneceram em média 7,5 dias hospitalizados, em comparação com cerca de 9 dias dos demais pacientes.

Os autores também encontraram uma associação entre o tamanho do músculo da coxa (massa muscular) e a permanência no hospital. Pacientes com uma grande área transversal do músculo apresentaram menor tempo de internação, cerca de 7,7 dias, em comparação com cerca de 10,8 dias para aqueles com áreas menores do músculo.

É importante lembrar que o estudo anglo-brasileiro usou uma amostra muito pequena e ainda não foi avaliado por outros cientistas.