Bem-Estar
Futebol e natação podem favorecer a educação de crianças pobres, diz estudo
Cientistas associaram a prática de atividades físicas à melhora do comportamento e das emoções, o que favorece o aprendizado
Crianças que praticam atividades físicas regularmente podem ter melhor autocontrole, o que favorece a educação, mostra um novo estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
O impacto positivo é particularmente forte entre as crianças menos favorecidas socialmente.
Dar a oportunidade de participar de atividades como natação e futebol pode ajudar a diminuir a diferença de desempenho entre os alunos ricos e os mais pobres, sugerem os cientistas.
A pesquisa britânica, que foi publicada na última quarta (19/5) no periódico científico Plos One, usou dados de mais de 4.000 crianças na Inglaterra.
“O estudo está dizendo ‘pense novamente’, porque o recreio e as aulas de educação física beneficiam a mente de maneiras que as crianças realmente precisam para o melhor desempenho. Até mesmo dar aos jovens atividades menos estruturadas como caminhar fora de casa pode ser de suma importância para o desenvolvimento delas”, comenta a pesquisadora Michelle Ellefson, coautora do estudo, citada pela emissora britânica BBC.
Avaliando a relação entre exercícios e aprendizado
A pesquisa da Universidade de Cambridge é a primeira análise de longo prazo que relaciona atividade física, autorregulação e desempenho escolar das crianças.
Foram analisados dados de crianças inglesas em três estágios da infância e a adolescência: aos 7, 11 e 14 anos.
Os cientistas também usaram informações sobre atividade física do estudo Millennium Cohort Study, da Universidade College de Londres, que acompanhou a vida de cerca de 19.000 jovens nascidos entre 2000 e 2002 no Reino Unido.
O estudo recém-publicado revela que, em geral, as crianças que praticam mais atividade física têm melhor controle de suas emoções, ou seja, menos oscilações de humor ou explosões emocionais.
Os exercícios que promovem o autocontrole, como natação ou esportes com bola, também têm efeitos positivos e indiretos na educação. O impacto foi particularmente forte entre as crianças menos favorecidas, indica a pesquisa.
Segundo os cientistas, isso pode estar ligado ao fato de os jovens de origens mais pobres terem menos oportunidades de participar de recreações e esportes organizados e, portanto, adquirem mais benefícios quando o fazem.
O impacto da atividade física também varia com a idade. Aos 7 anos, os pesquisadores descobriram que o controle emocional ajuda no progresso acadêmico e, aos 11, o impacto se dá no comportamento, que levou a diferentes benefícios educacionais.