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Bem-Estar

Primeiras quatro horas de sono são as mais importantes, diz estudo

Por João Paulo Martins  em 23 de fevereiro de 2021

Os sonhos que surgem logo quando dormimos seriam mais ligados à “vida real” e aos eventos que consideramos importantes

Primeiras quatro horas de sono são as mais importantes, diz estudo
(Foto: Pixabay)

Pesquisadoras britânicas afirmam que os sonhos do começo da noite são baseados em experiências da vida real, enquanto os da “alta madrugada” são mais emocionais.

Às vezes, quando estamos dormindo, temos sonhos tão vívidos que parecem situações da vida real. As experiências que temos de forma inconsciente à noite, segundo os cientistas, estão ligadas a dois tipos de sono: não-REM (Rapid Eye Movement: ou Movimento Rápido dos Olhos) e REM.

De acordo com o estudo publicado na edição de fevereiro da revista científica Consciousness and Cognition, o sono não-REM é útil para o aprendizado e para fortalecimento das memórias de acontecimentos recentes da vida.

Já o sono REM está associado à emoção e às suas conexões com as memórias. Portanto, ele gera sonhos mais estranhos e emocionais.

Entenda a pesquisa britânica

As pesquisadoras Caroline L. Horton e Josie Elizabeth Malinowski avaliaram 68 participantes ao longo de duas noites. Em cada uma delas, os voluntários acordavam em quatro momentos diferentes (a cada duas horas) para explicar e registrar seus sonhos.

Na manhã seguinte, os participantes ouviram seus relatos e, em seguida, preencheram um questionário sobre cada sonho, se ele estava conectado à realidade atual (mês anterior), ao passado (recente e distante) ou ao futuro.

Além disso, havia questionamentos sobre a associação do sonho à vida real em geral, literalmente ou metaforicamente. Por fim, cada pessoa precisava responder se o sonho estava relacionado a eventos reais, se era bizarro, emocionalmente intenso, negativo ou positivo, estressante ou importante.

Análise dos dados

Depois de se aprofundar nos questionários e nos testes, as duas cientistas descobriram que os sonhos do começo da noite (primeiras quatro horas de sono) tinham conexão mais forte com a “vida desperta”, ligados a eventos do dia, do passado recente, do futuro ou qualquer outra coisa relacionada.

Por sua vez, os sonhos da “alta madrugada” (últimas quatro horas) eram mais emocionais, importantes para os participantes, bizarros, metafóricos e ligados a um passado distante.

“Essas diferenças no conteúdo dos sonhos podem ser a base do conteúdo mental que acompanha os processos do sono, como a consolidação da memória, o processamento das emoções e da criatividade”, afirmam as pesquisadoras no artigo recém-publicado.