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Bem-Estar

Quadro grave de covid-19 pode fazer pacientes perderem 10 pontos de QI

Por Da Redação  em 04 de maio de 2022

O coronavírus levaria a sintomas de comprometimento neurológico parecidos com os que ocorrem em idosos

Quadro grave de covid-19 pode fazer pacientes perderem 10 pontos de QI
(Foto: Freepik)

 

Pacientes que tiveram infecções graves por covid-19 podem ter o mesmo comprometimento cognitivo que as pessoas mais velhas apresentam a partir dos 70 anos, segundo estudo publicado na edição de maio da revista científica eClinicalMedicine.

Isso equivale a perder 10 pontos de QI, dizem os cientistas, citados pela emissora australiana Sky News.

As descobertas sugerem que os efeitos da infecção por coronavírus ainda são detectáveis mais de seis meses após a doença e que a recuperação cognitiva é gradual, quando ocorre. O problema neurológico pode até afetar pessoas que tiveram apenas casos leves.

Os sintomas mais comuns relatados pelos pacientes descritos no estudo incluem fadiga, “névoa cerebral”, problemas para lembrar palavras, distúrbios do sono, ansiedade e até transtorno de estresse pós-traumático.

A emissora lembra que pesquisa anterior feita no Reino Unido descobriu que cerca de um em cada sete indivíduos relatou ter sintomas que incluíam dificuldades cognitivas 12 semanas após teste positivo para covid.

Apesar de casos leves também poderem levar a problemas cognitivos persistentes, até 75% dos pacientes hospitalizados relatam sintomas neurológicos seis meses após se recuperarem.

O estudo atual analisou dados de 46 indivíduos com coronavírus que receberam atendimento no Hospital Addenbrooke, em Cambridge, no Reino Unido.

“Os pacientes foram submetidos a testes cognitivos detalhados, feitos no computador, por meio da plataforma Cognitron, seis meses após a forma aguda da doença. O sistema mede diferentes aspectos das faculdades mentais, como memória, atenção e raciocínio”, afirmam os pesquisadores, citados pela Sky News. Os resultados forma comparados com um grupo controle, de pessoas sadias.

A pesquisa descobriu que os sobreviventes eram menos precisos e tinham tempos de resposta mais lentos do que o grupo controle, e os resultados ainda eram visíveis seis meses após a doença.

Esse impacto foi mais forte para aqueles que precisaram de ventilação mecânica, mas a equipe alerta que mesmo os pacientes que não estavam doentes o suficiente para serem hospitalizados podem ter sinais indicadores de comprometimento cognitivo leve.

“Ao comparar os pacientes com 66.008 voluntários do público em geral, estimamos que a magnitude da perda cognitiva é semelhante, em média, a um envelhecimento de 20 anos, para pessoas com 50 a 70 anos. Isso equivale a perder 10 pontos de QI”, dizem os cientistas no estudo, conforme relata a emissora australiana.