Bem-Estar
Trabalhar demais aumenta risco de morte por AVC e isquemia cardíaca, diz estudo
Pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS) associou cerca de 745.000 mortes à jornada de trabalho superior a 55 horas semanais
Trabalhar por 55 horas ou mais na semana causaram mais de 745 mil mortes por acidente vascular cerebral (AVC) e doença isquêmica do coração em 2016, um aumento de 29% em comparação com o ano 2000, de acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O estudo que relaciona o tempo de trabalho ao maior risco de morte foi publicado na última segunda (17/5) no jornal científico Environment International.
A pesquisa realizou duas revisões sistemáticas e meta-análises das evidências de 37 estudos sobre doença isquêmica do coração cobrindo mais de 768 mil participantes e 22 estudos sobre AVC cobrindo mais de 839 mil participantes.
Foram usados em dados de mais de 2.300 pesquisas coletadas em 154 países entre 1970 e 2018.
Trabalho excessivo causando morte
Essa é a primeira análise global da perda de vidas e efeitos na saúde das longas horas de trabalho. A OMS e a OIT estimam que em 2016, 398 mil pessoas morreram de derrame e 347 mil de doenças cardíacas como resultado de terem trabalhado pelo menos 55 horas por semana.
Entre 2000 e 2016, o número de mortes por doenças cardíacas devido a longas jornadas de trabalho aumentou 42% e por acidente vascular cerebral em 19%.
Essa carga de doenças relacionadas ao trabalho é particularmente significativa em homens (responsáveis por 72% das mortes); pessoas que vivem nas regiões do Pacífico Ocidental e do Sudeste Asiático; e trabalhadores de meia-idade ou mais velhos.
A maioria das mortes registradas ocorreu entre pessoas com idades entre 60 e 79 anos, que trabalharam 55 horas ou mais por semana, em comparação com trabalhadores de 45 a 74 anos.
No estudo recém-publicado, a Organização Mundial de Saúde alerta que trabalhar 55 ou mais horas por semana está associado a um aumento estimado de 35% no risco de sofrer AVC e 17% de morrer de doença cardíaca isquêmica, em comparação com as pessoas que trabalham de 35 a 40 horas por semana.