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Caçador da Pensilvânia, nos EUA, mata cachorro da raça malamute achando que era coiote

Por João Paulo Martins  em 16 de janeiro de 2023

O cão estava passeando por uma trilha com o tutor e outro pet, usando coleira colorida, mas acabou sendo confundido e levando o tiro de rifle

Caçador da Pensilvânia, nos EUA, mata cachorro da raça malamute achando que era coiote
Hunter, um malamute de 8 anos, foi morto por um caçador no condado de Berks, na Pensilvânia (Fotos: Facebook/jennifer.heller3/Reprodução)

 

Um caçador de veados atirou e matou um cachorro na floresta do condado de Berks, na Pensilvânia (EUA), na manhã do último domingo (15/1). Segundo o jornal local The Philadelphia Inquirer, o cão da raça malamute do alasca teria sido confundido com um coiote e acabou atingido no estômago. Apesar dos esforços da tutora Jennifer Heller em busca de ajuda, o animal acabou falecendo antes de chegar à clínica veterinária.

O malamute Hunter, de 8 anos, havia sido adotado de um santuário de Nova Jérsei (EUA) seis meses antes. De acordo com a tutora, o cão estava junto de outro pet, Freya, da raça pastor alemão, de 4 anos, em uma caminhada com a família, usando coleira e guia coloridas, por uma trilha da floresta que pertence ao reservatório de água da área de Reading, na Pensilvânia.

Jennifer lembra que a Comissão de Caça Esportiva da Pensilvânia (Pennsylvania Game Commission) permite o abate de coiotes. Porém, a americana lembra que os coiotes têm cerca de 45 cm de altura e 18 kg, enquanto Hunter pesava quase 40 kg e possuía 90 cm de altura. Além dessa diferença, o malamute ainda estava usando coleira colorida.

Ao The Philadelphia Inquirer, a comissão de caça diz que a morte do cachorro no último sábado “foi um caso de identidade trocada”. O caçador de veados teria confundido o malamute com um coiote. Ainda assim, a família Heller pediu que o atirador perca a licença ou receba treinamento adicional, mas a comissão afirma que “nenhuma violação da lei de caça foi detectada”.

A família tutora de Hunter também está esperando um pedido de desculpas do caçador.

“Era o bicho de estimação da família. Não um animal selvagem. Ele era amado e cuidado. Nós o chamávamos de ‘o homem do queijo’ porque adorava laticínios. Costumávamos suborná-lo com queijo", comenta Jennifer ao jornal americano.

A família vive em Richmond Township, no condado de Berks, e adotaram o malamute no santuário Howling Woods Farm em Jackson Township, na Nova Jérsei (EUA), no Verão passado (hemisfério norte), depois de visitá-lo lá várias vezes. A instituição é sem fins lucrativos e tem como objetivo “educar o público sobre ‘lobos e cães-lobo’”.

Segundo Chris Heller, ele estava com Hunter e Freya perto de casa, nas trilhas da área do reservatório de água, quando encontrou alguns caçadores de veados, que teriam dito que avisariam os colegas sobre a presença dos cachorros – mas parece que um deles não recebeu a mensagem.

 

Caçador da Pensilvânia, nos EUA, mata cachorro da raça malamute achando que era coiote
(Fotos: Facebook/jennifer.heller3/Reprodução)

 

Depois que Hunter foi baleado, o tutor, como revela o The Philadelphia Inquirer, carregou o cão por cerca de 100 m, até que encontrou os caçadores, incluindo o atirador que acertou o pet,  e eles se dispuseram a ajudá-lo.

A Comissão de Caça Esportiva da Pensilvânia permite o abate de coiotes durante as “24 horas por dia, sete dias por semana”. De acordo com o jornal, janeiro e fevereiro são os meses de “pico” da caça ao coiote no estado americano, com caçadores que se juntam em “competições” nos fins de semana. Outros estados proíbem esse tipo de prática e alguns biólogos acreditam que a matança em massa de coiotes, muitas vezes vistos como praga por fazendeiros e caçadores de veados, apenas leva os sobreviventes a produzir ninhadas maiores.

Travis Lau, porta-voz da comissão, diz ao jornal local que os caçadores precisam ser capazes de identificar precisamente o alvo antes de atirar. “É uma regra fundamental da caça”.

A família Heller já estaria em contato com um advogado para levar o caso à justiça.