Bizarrice
Cientistas encontram tubarão-do-ártico nas águas tropicais de Belize, no Caribe
A espécie, também chamada tubarão-da-groenlândia, costuma viver nas águas profundas perto do Polo Norte
Uma das espécies mais estranhas de tubarão e a mais longeva foi avistada muito além de seu habitat tradicional. Em abril deste ano, biólogos marinhos americanos registraram o encontro inédito com um tubarão-da-groenlândia (Somniosus microcephalus) ou tubarão-do-ártico nas águas do Caribe, perto de Belize. A descoberta sugere que essas criaturas enigmáticas, normalmente vistas na região do Polo Norte, podem ser mais comuns e espalhadas pelas águas profundas de todo o mundo.
O avistamento foi realizado por pesquisadores da Universidade Internacional da Flórida, dos EUA, com ajuda de pescadores locais. Segundo o site americano Gizmodo, inicialmente, eles estavam tentando identificar tubarões-tigre em Glover’s Reef, um atol de corais em Belize, quando acabaram capturando outra espécie: um peixe de olhos pequenos, acinzentados, com cerca de 3,3 m de comprimento. Quando a fera foi trazida à superfície, era especialmente lenta e bem diferente de qualquer outra que a equipe já havia encontrado antes.
“Eu sabia que era algo incomum e os pescadores também, que nunca tinham visto nada parecido em todos os seus anos de pesca”, comenta Devanshi Kasana, pesquisador da universidade, citado pelo site.
Devido às constantes tempestades e para não colocar a criatura em risco, o grupo rapidamente a soltou, mas depois de documentá-la. Após consultarem outros especialistas, eles logo supuseram que se tratava do tubarão-do-ártico. A descoberta foi relatada em estudo publicado em 15 de julho na revista científica Marine Biology.
Como mostra o Gizmodo, os tubarões-da-groenlândia são conhecidos por terem comportamento lento. Mesmo em seu habitat de águas profundas, a espécie nada lentamente e gasta pouca energia na caça ou em busca de comida, muitas vezes capturando as presas enquanto dormem.
O tubarão-do-ártico é a espécie mais conhecida e um dos animais mais longevos do mundo, com expectativa de vida de até 400 anos. Embora tenham capacidade de atacar e ingerir humanos, vivem num ambiente tão afastado da atividade humana que nenhum ataque foi relatado até hoje.
Outra curiosidade é que os corpos desses tubarões são tóxicos para o consumo humano, graças às adaptações que fizeram para sobreviver nas profundezas, explica o site americano. Ainda assim, na Islândia, a população descobriu uma maneira de comê-los, e a carne curada de tubarão-da-groenlândia é uma iguaria local.
A equipe da Universidade Internacional da Flórida planeja continuar estudando os peixes de águas profundas de Belize. E embora eles não estejam esperando encontrar novamente um tubarão-do-ártico, vão carregar etiquetas especiais para monitorar quaisquer espécies em potencial que encontrarem, revela o Gizmodo.