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Condado da Flórida entra em quarentena após descoberta de caramujo perigoso

Por João Paulo Martins  em 03 de julho de 2022

O caracol gigante africano é hospedeiro de um parasita que pode provocar meningite

Condado da Flórida entra em quarentena após descoberta de caramujo perigoso
O caramujo-gigante-africano é considerado invasor nas Américas e pode causar meningite (Foto: Wikimedia/J.M.Garg/Creative Commons)

 

Um condado da Flórida está em quarentena após a descoberta de uma população de caramujo-gigante-africano (Achatina fulica). A espécie terrestre invasora é associada à meningite (inflamação da membrana do cérebro).

Segundo a emissora americana CNN, o Departamento de Agricultura e Serviços ao Consumidor da Flórida confirmou a presença desses caracóis na área de New Port Richey, no condado de Pasco, em 23 de junho.

Eles representam um risco para a saúde humana por carregarem um parasita chamado verme pulmonar do rato (Angiostrongylus costaricensis), que pode causar meningite, informa Christina Chitty, diretora de informação pública do departamento, em entrevista à emissora.

O problema é que esses caramujos, naturais do leste da África e que crescem até 20 cm por ano, podem botar até 2.500 ovos por ano, tornando difícil o controle populacional. De acordo com Chitty, a população de caracóis do condado de Pasco provavelmente se originou do comércio ilegal de animais de estimação. Ela é proibida nos EUA de ser mantida como pet.

Pessoas que gostam de animais exóticos mantêm essa espécie invasiva e, em certo momento, a acabam descartando na natureza ou a perdem acidentalmente. Quando chegam ao ambiente, podem comer mais de 500 plantas diferentes, além de tinta e stucco (revestimento de argamassa) das casas, como uma fonte alternativa de cálcio, revela a CNN.

A quarentena entrou em vigor em 25 de junho e impede que os moradores mexam nos caracóis ou itens relacionados a eles, como plantas e solo, para dentro ou para fora da área restrita. Quem flagrar um caramujo-gigante-africano deve acionar o Departamento de Agricultura e Serviços ao Consumidor da Flórida e evitar tocar o animal se não estiver usando luvas, devido ao risco de contrair meningite.

À emissora americana, Christina Chitty conta que o departamento deve gastar três anos na tentativa de erradicar essa população de caracóis no condado de Pasco, usando metaldeído, pesticida para tratamento do solo contra lesmas, caramujos e outros gastrópodes.

“O objetivo é erradicar os caracóis. É um processo abrangente e extenso”, comenta a diretora.

Essa não é a primeira vez que a Flórida lida com uma invasão de caracóis gigantes, conforme a CNN. Em 2011, uma população dessa praga foi descoberta no condado de Miami-Dade. Ela só foi totalmente controlada em 2021. Enquanto os caramujos de Miami-Dade tinham o corpo cinza, os do condado de Pasco têm a pele branca, revela Chitty.