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Família canadense decide viajar pelo mundo antes que três dos quatro filhos fiquem cegos

Por João Paulo Martins  em 13 de setembro de 2022

As crianças foram dignosticadas com retinite pigmentosa, condição genética que leva à perda progressiva da visão

Família canadense decide viajar pelo mundo antes que três dos quatro filhos fiquem cegos
Só uma das crianças do casal Edith Lemay e Sebastien Pelletier não tem a condição genética que leva à cegueira (Foto: Instagram/edithlemay/Reprodução)

 

Uma família canadense de seis pessoas decidiu fazer uma viagem pelo mundo antes que três dos quatro filhos fiquem cegos devido a uma condição genética rara.

O casal Edith Lemay e Sebastien Pelletier, que vivem em Quebec, no Canadá, estão juntos há 12 anos e programaram uma viagem de um ano para que os filhos pudessem guardar na memória as “mais belas imagens” enquanto ainda tinham visão.

De acordo com a emissora americana CNN, as crianças foram diagnosticadas com uma condição genética conhecida como retinite pigmentosa. O problema ocular crônico é hereditário e caracterizado por uma pigmentação preta e degeneração gradual da retina, levando a uma lenta deterioração da visão. Muitos pacientes ficam totalmente cegos quando chegam aos 30 anos.

A filha mais velha, Mia, de 12 anos, junto dos irmãos Colin e Laurent, de 7 e 5 anos, respectivamente, foram diagnosticados com a doença entre 2019 e 2020. O segundo filho de Edith Lemay, Leo, no entanto, não foi acometido do problema hereditário, informa a emissora.

 

Família canadense decide viajar pelo mundo antes que três dos quatro filhos fiquem cegos
A família começou a viagem pelo mundo em março deste ano (Foto: Instagram/pleinleursyeux/Reprodução)

 

Assim que a mãe descobriu a doença dos filhos, decidiu aproveitar a chance de enchê-los de “memórias visuais”.

Em entrevista à CNN, Edith diz que não há nada que possa ser feito para remediar a progressão da retinite pigmentosa. Atualmente não existe cura ou tratamento eficaz. “Não sabemos o quão rápido ela vai avançar, mas a expectativa é que fiquem completamente cegos até a meia-idade”, comenta a canadense.

Quando a pediatra de Mia lhe disse para encher a menina de “memórias visuais”, o casal não pensou duas vezes para programar a ousada viagem pelo mundo.

“Pensei: 'Não vou mostrar a ela um elefante em um livro, vou levá-la para ver um elefante de verdade. E vou preencher sua memória visual com as melhores e mais belas imagens que puder”, afirma Edith Lemay à emissora americana.

Enquanto os planos originais de começar a viagem em 2020 foram frustrados pela pandemia de covid-19, a família finalmente conseguiu iniciar o trajeto em março deste ano, começando com um itinerário pela Namíbia, na África.

As aventuras da família estão sendo compartilhadas com o público em um perfil no Instagram, que já conta com mais de 10.700 seguidores.