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Justiça do Reino Unido contraria pais e decide pela “eutanásia” de menino de 12 anos

Por João Paulo Martins  em 25 de julho de 2022

O garoto Archie Battersbee estaria com morte cerebral e o Tribunal de Apelação de Londres confirmou que o desligamento do suporte à vida é a melhor opção

Justiça do Reino Unido contraria pais e decide pela “eutanásia” de menino de 12 anos
Archie Battersbee foi encontrado inconsciente pela mãe, Hollie Dance, em 7 de abril (Fotos: Facebook/poledanceuk/Reprodução)

 

Juízes do Tribunal de Apelação de Londres, no Reino Unido, decidiram nesta segunda (25/7) que os médicos podem legalmente desligar o equipamento de suporte à vida do menino Archie Battersbee, de 12 anos.

Segundo o site britânico LAD Bible, Os magistrados Andrew McFarlane, Eleanor King e Peter Jackson realizaram uma audiência na última sexta (22/7) que finalizou a fase de audições sobre as medidas que seriam de melhor interesse de Archie.

Os pais do garoto, Hollie Dance e Paul Battersbee, que são divorciados e moram em Southend, Essex, no Reino Unido, decidiram apelar após um juiz da Suprema Corte decidir que os médicos poderiam interromper o tratamento.

A família até lançou uma campanha na internet para impedir que o suporte à vida de Archie fosse desligado, de acordo com o site britânico.

Tudo começou em 7 de abril, quando Hollie Dance disse ter encontrado o filho inconsciente com uma sutura na cabeça, que acredita ter sido resultado de algum desafio online. O menino de 12 anos sofreu graves danos cerebrais e, na época, os médicos do hospital Royal London, em Whitechapel, leste de Londres, disseram que era “altamente provável” que ele estivesse com “morte cerebral”, informa o LAD Bible.

 

 

Desligamento do suporte

 

Após revisar as provas em uma audiência na Divisão de Família do Supremo Tribunal em Londres, o juiz descreveu o caso de Archie Battersbee como uma “tragédia de dimensões imensuráveis”, mas que as evidências médicas eram “convincentes e unânimes”.

Os pais do garoto afirmam que o magistrado cometeu erros e queria que os juízes de apelação remetessem o caso a outro juiz da Suprema Corte para nova audiência. Porém, eles entenderam que as evidências médicas mostram que Archie está em estado de coma irreversível.

O advogado da família, Edward Devereux, citado pelo site britânico, argumentou na audiência da última sexta (22/7) que o juiz da Suprema Corte não havia dado “peso real ou adequado” aos desejos e crenças religiosas anteriormente expressos por Archie, e que não conseguiu realizar uma “avaliação abrangente” dos benefícios e dos ônus do tratamento de suporte à vida, “errando ao concluir que o tratamento era oneroso e fútil”.

Os médicos que tratam Archie no hospital Royal London acham que ele está com morte cerebral e disseram que o tratamento contínuo de suporte à vida não beneficia mais o garoto.