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Bizarrice

México inaugura sua Igreja Maradoniana

Por João Paulo Martins  em 12 de julho de 2021

Templo em homenagem ao ex-craque argentino Diego Maradona fica na cidade de Puebla e lembra a terra onde ele “tocou o céu com as mãos” (gol com a mão na Copa de 1986)

México inaugura sua Igreja Maradoniana
Fachada da Igreja Maradoniana da cidade de Puebla, no México (Foto: Facebook/Iglesia Maradoniana de México/Reprodução)

O México adora futebol, tanto é que já recebeu duas edições da Copa do Mundo (1970 e 1986). Claro que os mexicanos também são fascinados por grandes jogadores da história, como o craque argentino Maradona, falecido em novembro de 2020. O amor ao eterno “camisa 10” é tanto que foi criada uma igreja em sua homenagem na cidade de Puebla, a 131 km da Cidade do México.

A primeira Igreja Maradoniana foi inaugurada na rua 5 de Mayo, no bairro San Andrés Cholula e, como mostra a versão mexicana do portal esportivo Olé, a ideia é homenagear e adorar Diego Armando Maradona, em especial no país em que “tocou o céu com as mãos” – referência ao famigerado gol feito com a mão esquerda na partida contra a Inglaterra, válida pelas quartas de final da Copa de 1986.

É importante lembrar que a Igreja Maradoniana do México é uma espécie de “filial”, já que na Argentina ela existe desde 1998 e conta com cerca de 40 mil seguidores em todo o mundo, de acordo com informações do site Goal.

México inaugura sua Igreja Maradoniana
A igreja mexicana em homenagem ao Maradona pode receber eventos sociais, incluindo casamentos e batizados (Foto: Facebook/Iglesia Maradoniana de México/Reprodução)

A divindade que o camisa 10 da Seleção Argentina representa para muitos fez com que o argentino naturalizado mexicano Marcelo Buchet decidisse erguer em maio deste ano os alicerces do “templo” dedicado ao craque que “disputa” com Pelé o título de melhor jogador de futebol da história.

“Como somos muito carentes de identidade, nós argentinos não temos onde nos agarrar e entre Maradona e Nossa Senhora, não tive dúvidas. Por exemplo, para os mexicanos a Virgem de Guadalupe, para mim, Maradona é mais importante”, afirma Buchet, citado pelo Olé.

Ele vive há 20 anos no México e conheceu Maradona quando era diretor técnico do clube mexicano Dorados de Sinaloa.

“Nossa igreja não é contra nenhuma religião. Ninguém é desrespeitado e podem ser realizados eventos sociais. Os torcedores podem vir com um padre para realizar casamentos, batizados ou primeiras comunhões”, comenta o fundador da Igreja Maradoniana do México ao portal esportivo.

Entre as “relíquias” expostas no “templo religioso” em Puebla, destaque para várias camisas autografadas. “Muita memória, jornais de quando ele faleceu, camisetas de vários times e vídeos”, diz Marcelo Buchet ao Olé.

México inaugura sua Igreja Maradoniana
Claro que a Igreja Maradoniana de Puebla possui várias camisas autografadas pelo eterno camisa 10 da Seleção Argentina (Foto: Facebook/Iglesia Maradoniana de México/Reprodução)

Para quem acha que a Igreja Maradoniana é apenas uma espécie de museu, saiba que a sede na Argentina possui mandamentos e até orações ao “deus” camisa 10:

Os 10 mandamentos:

  1. A bola não fica suja [referência a uma frase de Maradona que disse que seus problemas pessoais não “sujam” seu futebol]
  2. Ame o futebol acima de todas as coisas
  3. Declare seu amor incondicional por Diego e pelo bom futebol
  4. Defenda a camisa da Argentina, respeitando o povo
  5. Espalhe os milagres de Diego por todo o universo
  6. Honre os templos onde ele pregou e suas vestes sagradas
  7. Não proclamar Diego em nome de um único clube
  8. Pregue os princípios da Igreja Maradoniana
  9. Pegue Diego como o nome do meio e coloque no seu filho
  10. Não seja cabeça-dura e não deixa a tartaruga fugir


Oração “D10S Te Salve” ("Diós" é Deus em espanhol formado com o número 10 da camisa do ex-craque argentino)

Deus te salve, bola.
És cheia de magia,
Diego está contigo.
Bendito és tu entre todas as outras
e bendito seja o Diego que não te deixa sujar.
Santa redonda, mãe do gol
ore por nós jogadores
agora e na hora do nosso encontro,
Diego