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Não eram óvnis: cientista explica as "misteriosas" bolas de fogo flagradas no céu da Califórnia

Por João Paulo Martins  em 24 de março de 2023

O fenômeno registrado na última sexta (17/3) sobre a cidade californiana de Sacramento foi resultado da queima de detrito espacial

Não eram óvnis: cientista explica as "misteriosas" bolas de fogo flagradas no céu da Califórnia
O que pareciam óvnis sobre o céu de Sacramento, na Califórnia (EUA), nada mais era que lixo espacial queimando na atmosfera (Foto: Twitter/WhoKnows2030/Reprodução)

 

Na noite da última sexta (17/3), enquanto muitos americanos celebravam o Dia de São Patrício (Saint Patrick's Day), moradores de Sacramento, na Califórnia, ficaram assustados quando olharam para o céu noturno e viram estranhas luzes parecidas com pequenas bolas de fogo.

O “misterioso” fenômeno, que durou cerca de 40 segundos, foi registrado em vídeo e logo se tornou viral nas redes sociais. Claro que não demorou para que os internautas associassem as estranhas luzes a óvnis.

Em meio à polêmica, o astrônomo Jonathan McDowell, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, em Massachusetts (EUA), que já é conhecido por desvendar esses tipo de “enigma espacial”, logo apareceu com uma explicação para o “estranho fenômeno” da Califórnia.

Em artigo compartilhado no Twitter, McDowell explica que as bolas de fogo observadas na última sexta eram resultado de detritos espaciais que queimavam na atmosfera da Terra. Ainda mais, ele descobriu que se tratava de um módulo de comunicação relativamente pequeno que já esteve anexado à Estação Espacial Internacional (EEI).

Como mostra o site americano Space, o objeto em questão é conhecido como ICS-EF e pesava cerca de 310 kg. Ele foi lançado em 2009 e “aposentado” em 2020. Como se fosse uma antena, o ICS-EF era responsável pelas comunicações entre o módulo experimental japonês (Kibo), da EEI, e o controle da missão.

 

Não eram óvnis: cientista explica as "misteriosas" bolas de fogo flagradas no céu da Califórnia
Antena do módulo japonês Kibo seria a causa das bolas de fogo no céu da Califórnia (Foto: Nasa/Divulgação)

 

Avistamentos como esse provavelmente se tornarão cada vez mais comuns. Atualmente, a Nasa e o Departamento de Defesa dos EUA rastreiam aproximadamente 27.000 detritos espaciais. Empresas como a SpaceX, do controverso bilionário Elon Musk, lançam milhares de satélites projetados para se desintegrarem na atmosfera após a vida útil. Embora exista pouco risco de qualquer uma dessas bolas de fogo geradas pelos detritos atingirem o solo, representam um risco para satélites e outros veículos em órbita na Terra.

Em 6 de março deste ano, a Estação Espacial Internacional precisou executar uma manobra de urgência para evitar uma possível colisão com um dos inúmeros satélites desativados cujas órbitas estão começando a invadir a rota de voo da EEI.