Bizarrice
Peixe-remo, que "anuncia terremoto", é visto na costa de Sinaloa, no México
O raríssimo animal, que vive nas profundezas dos oceanos, foi capturado e colocado em uma caminhonete
Um peixe-remo (Regalecus glesne), popularmente conhecido como o “peixe do fim do mundo”, foi capturado na costa do estado de Sinaloa, no oeste do México, que é banhado pelo oceano Pacífico. Imagens da espécie bizarra foram divulgadas no Twitter e logo viralizaram.
Como lembra o site argentino Infobae, o peixe-remo, que é parente dos arenques, vive em áreas profundas do mar e, portanto, é difícil de ser visto. Ainda assim, este ano, ele foi visto no Chile e, logo em seguida, no Equador.
No vídeo que foi compartilhado na última quarta (5/10), o animal marinho de grande porte foi colocado sobre a caçamba de uma caminhonete azul e dá para ver que o comprimento do peixe é tanto que ultrapassa a traseira do veículo.
A presença do peixe-remo na costa de Sinaloa também causou alvoroço porque é associado ao prenúncio de terremotos ou tsunamis – especialmente na cultura japonesa.
“Acho que não é comum esse peixe aparecer tão perto das praias lá de Sinaloa”, diz um usuário do Twitter, citado pelo Infobae. “Supostamente dizem que quando esse peixe aparece, em breve teremos terremoto, furacão ou fenômeno natural que vai afetar seriamente o lugar”, comenta outro internauta.
O site argentino afirma que essa uma espécie rara é considerada o peixe ósseo mais longo do mundo, não possui escamas e chega a ter aproximadamente 400 vértebras na espinha dorsal. Além disso, não é adequado para consumo humano devido à sua consistência.
Por que é o peixe que anuncia terremotos?
A crença de que o aparecimento do o peixe-remo seria uma forma de prever terremotos tem origem no Japão. No país asiático existe uma lenda que chama essa espécie de yokai ou monstro.
Na história tradicional japonesa, o peixe é chamado Namazu e vive nas profundezas do oceano. Ele causaria terremotos quando sai do esconderijo – devido ao tamanho exagerado.
Dentro da cultura japonesa ele também é conhecido como “mensageiro do palácio do deus do mar” e em algumas histórias recebe a capacidade de se comunicar com os humanos e até mesmo de se transformar em um deles.
No entanto, não há evidências científicas que comprovem a relação entre o aparecimento do peixe-remo na região costeira e movimentos tectônicos de alta intensidade, informa o Infobae.
O que se sabe é que eles emergem para desovar, quando estão doentes ou em circunstâncias específicas, como após fortes tempestades e correntes oceânicas que os afastam do habitat natural.
O site argentino diz que avistamentos dessa espécie nas costas mexicanas são muito raras. A última vez que um peixe desses foi registrado antes da recente descoberta em Sinaloa, se deu em 2020 em Baja California e em Cozumel.
O espécime de Baja California foi encontrado sem vida por um biólogo marinho, que devolveu o corpo ao mar para que pudesse ser usado por outros seres vivos. Segundo o especialista, o peixe tinha aproximadamente quatro metros de comprimento. Já o exemplar de Cozumel foi encontrado por pescadores. Este tinha cerca de seis metros de comprimento.