busca

Bizarrice

Pyramiden: conheça a cidade “fantasma” soviética em plena Noruega

Por João Paulo Martins  em 07 de fevereiro de 2022

O município minerador pertence à Rússia e ainda possui vestígios de seu passado soviético; confira o vídeo e fotos

Pyramiden: conheça a cidade “fantasma” soviética em plena Noruega
A Rússia possui o direito de explorar os recursos naturais da região de Pyramiden (Foto: Google Street View/Reprodução)

 

Recentemente a cidade de Pyramiden, na região ártica da Noruega, na Europa, voltou a ser notícia na internet. Ela chama a atenção por seu passado soviético: possui um busto do ex-líder da União Soviética Vladimir Lenin, um centro cultural e escritórios da KGB (agência de espionagem e inteligência), tudo abandonado.

Como explica o site turco Daily Sabath, a União Soviética ajudou a desenvolver a região do Círculo Polar Ártico como algo estratégico, usando uma frota de gigantescos navios quebra-gelos movidos a energia nuclear.

O pequeno assentamento minerador de Pyramiden ajudou Moscou a manter uma influência no arquipélago de Svalbard, na Noruega. O país europeu, que é membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), recebeu a soberania da região por meio do Tratado de Paris de 1920, mas todos os signatários, incluindo a União Soviética, receberam direitos iguais para explorar os recursos minerais da localidade.

Os soviéticos começaram a minerar carvão em Barentsburg, outro assentamento no arquipélago, em 1931 e, mais tarde, chegaram em Pyramiden, onde a comunidade russa chegou a 1.200 pessoas entre 1960 e 1980, informa o site turco.

Quando a União Soviética se desfez, em dezembro de 1991, a mineração continuou em Barentsburg e parou em Pyramiden em 1998, devido à escassez de recursos.

 

 

Apesar de, à primeira vista, a cidade soviética na Noruega parecer totalmente abandonada, existem alguns russos que administram um hotel na região, além dos ursos polares que a visitam esporadicamente.

De acordo com o Daily Sabath, os edifícios construídos para resistir ao tempo são castigados pelo clima marcado por décadas de invernos rigorosos. Os trilhos que levavam vagões carregados de carvão mineral ainda são visíveis na montanha em forma de pirâmide, que deu nome à vila.

Dentro dos prédios, é como se o tempo tivesse parado e os moradores pudessem retornar a qualquer momento. Frascos de minério estão alinhados em vitrines de escritórios administrativos, onde ainda há calendários pendurados nas paredes, enquanto as instalações da KGB têm portas reforçadas e arquivos dos mineiros espalhados sobre as mesas.

As salas de aula são enfeitadas com desenhos de crianças, e o copo do professor ainda está lá, diz o site turco.

Em entrevista ao Daily Sabath, Yury Ugryumov, do Instituto de Pesquisa do Ártico e do Antártico, com sede em São Petersburgo, na Rússia, afirma que Pyramiden não é um lugar apenas de memórias do passado soviético.

“Essa aldeia não está abandonada, foi temporariamente suspensa. Há um futuro interessante lá”, comenta o russo, citado pelo site.

Atualmente, a Rússia está desenvolvendo turismo e pesquisas em Pyramiden, atraindo glaciologistas, hidrólogos e especialistas marinhos para o trabalho científico.