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Turcomenistão quer acabar com o "Portão do Inferno", famoso ponto turístico

Por João Paulo Martins  em 08 de janeiro de 2022

A cratera Darvaza está queimando ininterruptamente desde 1971, mas, agora, o presidente Gourbangouly Berdymoukhamedov quer extinguir o fogo

Turcomenistão quer acabar com o "Portão do Inferno", famoso ponto turístico
Uma cratera está ardendo em chamas no deserto de Karakum, no Turcomenistão, desde 1971 (Foto: Wikimedia/flydime/Creative Commons)

 

Apelidada de "Portão do Inferno", uma cratera gigante de gás que queima continuamente desde 1971 no Turcomenistão pode deixar de ser "atração turística". Segundo a versão canadense do site de notícias HuffPost, neste sábado (8/1), o presidente do país, Gourbangouly Berdymoukhamedov, deu a ordem para que as chamas sejam apagadas.

A cratera de gás Darvaza, localizada no deserto de Karakum, se tornou a principal atração turística do Turcomenistão, que fazia parte da extinta União Soviética e é um dos países mais fechados do mundo.

Em sua decisão, O presidente Berdymoukhamedov, citado pelo site canadense, diz que as chamas do poço de 70 m de largura "prejudicam o meio ambiente e a saúde das populações vizinhas".

"Estamos desperdiçando recursos naturais valiosos pelos quais poderíamos receber ganhos que seriam usados ​​para aumentar o bem-estar de nosso povo", acrescenta o mandatário. Ele ordenou às autoridades que "encontrem uma solução para extinguir o fogo" que está queimando em Darvaza.

 

Turcomenistão quer acabar com o "Portão do Inferno", famoso ponto turístico
O "Portão do Inferno" ou cratera Darvaza usa gás natural como combustível das chamas (Foto: Wikimedia/Tormod Sandtorv/Creative Commons)

 

Segundo o HuffPost, a origem do “Portões do Inferno” remonta a 1971, quando cientistas soviéticos acidentalmente perfuraram um bolsão subterrâneo de gás natural enquanto perfuravam depósitos de petróleo. Em seguida, o solo cedeu, criando a cratera. Temendo o gás fosse venenoso, as autoridades decidiram queimá-lo, acreditando que o fogo secaria o depósito. Mas após 50 anos ele ainda está ardendo.

As autoridades do Turcomenistão tentaram várias vezes extinguir as chamas, sem sucesso. Ao mesmo tempo, o país tem se empenhado em transformar o local, localizado a 270 km da capital Ashkhabad, em ponto turístico.

De qualquer forma, a cratera do deserto de Karakum é um exemplo de como o país asiático é rico em gás natural. Porém, ele importa esse importante combustível. No mês passado, a Rússia anunciou que as exportações de gás para o Turcomenistão dobraram em 2021.