Rapper Lil Uzi Vert é o primeiro humano a comprar um planeta?

Parece que o rapper americano Lil Uzi Vert, de 26 anos, não sabe mais o que fazer com sua fortuna. Depois de implantar na testa um diamante de R$ 130 milhões no início deste ano, agora ele está comprando um planeta.

Segundo matéria publicada nesta quinta (22/7) no site da revista americana Rolling Stones, essa atitude do músico é só para chamar atenção, já que a aquisição de planetas é algo ilegal, conforme explica o professor de astronomia Gregory Laughlin, da Universidade de Yale (EUA), em entrevista à publicação.

A aquisição de Lil Uzi foi divulgada na madrugada desta quinta (22/7), no Twitter, no perfil da musicista e produtora de clipes canadense Claire Elise Boucher, mais conhecida como Grimes: “Documentação quase completa para @LILUZIVERT reivindicar legalmente o WASP-127b, que é enorme! O primeiro humano a possuir legalmente um planeta”.

Como a própria Rolling Stones ressalta, o tuíte de Grimes pode não ser muito factível, ainda assim, o rapper pareceu confirmar a suposta aquisição respondendo ao post da musicista: “Tentei surpreender a todos. Ainda estou trabalhando nisso”, diz o cantor no Twitter.

Lil Uzi Vert não respondeu ao pedido de entrevista da revista para comentar sua “grande compra”.

Aquisição de planetas?

De acordo com o professor Gregory Laughlin, que desenvolveu uma fórmula que calcula o valor dos planetas, não existe nenhum processo pelo qual alguém possa comprar um corpo celeste.

“Não existe atualmente nenhuma estrutura legal de direito ou troca regulamentada na Terra para a compra de ‘ativos’ exoplanetários. No momento, qualquer aquisição, seja para fins de investimento ou especulativos, precisaria ser organizada por meio de um local fora da Terra. Continuo sem saber da existência de trocas galácticas para o comércio de planetas, mas isso por si só, é claro, não exclui sua existência”, explica o astrônomo à Rolling Stones.

Apesar disso, ele afirma que o WASP-127b, um exoplaneta gigante gasoso descoberto em 2016, seria a aquisição inicial perfeita. “Do ponto de vista de avaliação, eu recomendaria que os compradores em potencial do WASP-127b tenham em mente que a proximidade do planeta com sua estrela o torna inabitável para vida baseada em carbono”, alerta Laughlin ao site da revista americana.

Mesmo com esse “porém”, O astrônomo aponta uma chance de lucrar com o WASP-127b: o grande fluxo de energia que o exoplaneta recebe da estrela leva a baixos custos de operação para qualquer data center orbitando o astro. “Mas os requisitos associados à infraestrutura de resfriamento provavelmente significam que o planeta é ineficaz em termos de custos como um centro de computação de alto rendimento. Eu esperaria que outros exoplanetas detectados recentemente, incluindo o Kepler 186-f, provavelmente recebessem preços muito mais altos do que o WASP-127b”, completa o cientista.