Ciência
Apesar de manter contato com a sonda Voyager, Nasa diz que ela está enviando dados estranhos
A missão Voyager foi lançada em 1977 e, após tantos anos viajando pelo espaço, já deixou nosso Sistema Solar
A equipe do Laboratório de Propulsão a Jato (Jet Propulsion Laboratory ou JPL) da Nasa está investigando um “mistério” que vem ocorrendo com a sonda espacial Voyager 1.
Ela foi lançada em 1977 do Cabo Canaveral, na Flórida (EUA), e é o objeto feito pelo homem mais distante no Universo. Após 44 anos do lançamento, ela já está fora do nosso Sistema Solar, mas continua em contato com a agência espacial americana.
Cientistas do JPL descobriram que a nave está recebendo e executando com sucesso comandos enviado da Terra, mas as leituras dos dados de telemetria e controle de atitude da sonda espacial não refletem o que realmente está acontecendo a bordo da Voyager 1.
Esse sistema mantém a orientação da nave, em especial a antena apontada diretamente para a Terra, para que informações possam ser enviadas pelos engenheiros. Embora todas as indicações sugiram que está tudo funcionando normalmente, os dados de telemetria que são enviado para a Nasa parecem ser gerados aleatoriamente, informa o jornal britânico The Independent.
Além disso, o que causa estranhamento na equipe do JPL é que esse problema não ativou sistemas de proteção contra falhas, inclusive o que colocaria a Voyager em modo de segurança. Outro ponto curioso é que o sinal não enfraqueceu, sugerindo que a antena ainda está em sua posição normal, apontando para a Terra, revela o site britânico.
A Nasa diz que continuará monitorando a situação, pois é possível que os dados inválidos estejam sendo produzidos por outro sistema, e que a situação é estranha e não se sabe quanto tempo pode durar. Como a sonda espacial está muito distante, são necessários aproximadamente dois dias para uma mensagem da Terra chegar à Voyager e obter uma resposta dela.
“Um mistério como esse faz parte a esta altura da missão Voyager. A espaçonave tem quase 45 anos, o que está muito além do que os planejadores da missão imaginavam. E ela está no espaço interestelar, um ambiente de alta radiação que nenhuma espaçonave voou antes. Portanto, há grandes desafios para a equipe de engenharia. Mas acho que se houver uma maneira de resolver esse problema, nossa equipe conseguirá”, diz Suzanne Dodd, gerente de projeto das Voyager 1 e 2 do laboratório JPL da Nasa, citada pelo The Independent.
Existe a possibilidade de que a Nasa não encontre a fonte do problema e, em vez disso, tenha que emitir alterações de software ou usar um dos sistemas de backup da nave – algo que já foi feito antes em 2017, quando a Voyager teve que alternar dos propulsores primários para secundários, devido a sinais de degradação.