Cães podem pegar câncer por cheirar as genitálias uns dos outros

Um estudo publicado no último domingo (3/7), na revista científica Veterinary Record, revela que cachorros podem pegar câncer simplesmente cheirando uns aos outros, e os machos são os que correm maior risco.

Segundo o jornal britânico The Telegraph, o problema envolve um tipo raro de câncer chamado tumor venéreo transmissível canino, que pode “saltar” entre os pets quando eles têm contato com as áreas íntimas uns dos outros.

As células cancerosas se “transportam” fisicamente de um animal para outro.

Como se sabe, os cães costumam se cheirar para obter informações sobre identidade, sexo, saúde, humor, dieta do outro animal e confirmar se já se conhecem.

O tumor em questão geralmente é transmitido durante o acasalamento, mas às vezes pode afetar outras áreas, como nariz, boca e pele, revela o jornal britânico.

Para tentar entender por que esse câncer se manifestava em outras áreas, os pesquisadores revisaram um banco de dados de cachorros e descobriram que 84% dos tumores faciais estavam em machos.

Por outro lado, as formas genitais do tumor venéreo transmissível canino foram encontradas na mesma proporção em cães machos e fêmeas.

“Descobrimos que uma proporção muito significativa dos tumores de nariz ou boca estava em cães machos. Acreditamos que isso ocorre porque os cães machos podem ter preferência por cheirar ou lamber a genitália feminina. Os tumores genitais femininos também podem ser mais acessíveis para cheirar e lamber, em comparação com os masculinos”, afirma a pesquisadora Andrea Strakova, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, principal autora do estudo, citada pelo The Telegraph.

O tumor venéreo transmissível canino ocorre em todo o mundo, mas está principalmente ligado a países com grandes populações de animais de rua.

Os sintomas mais comuns da forma oro-nasal desse câncer são espirros, roncos, dificuldade para respirar, deformação nasal ou secreção sanguinolenta e outras do nariz ou da boca.

Cânceres transmissíveis também são encontrados em demônios da Tasmânia e em bivalves marinhos como mexilhões e mariscos, diz o jornal britânico.