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Cientistas confirmam que tubarões possuem “GPS natural”

Por João Paulo Martins  em 11 de maio de 2021

Estudo revela que os grandes caçadores dos oceanos se orientam na Terra usando o campo magnético, além do olfato

Cientistas confirmam que tubarões possuem “GPS natural”
Foto: Freepik

Estudo publicado na última quinta (6/5) no periódico científico Current Biology confirma uma velha suspeita: os tubarões realmente possuem um “GPS natural” que usa o campo magnético da Terra para ajudá-los a se localizarem.

Eles utilizam o magnetismo terrestre para se moverem em busca de alimento; melhores condições climáticas; e locais ideais para reprodução.

A pesquisa recém-publicada revela que os tubarões não fazem isso por conta própria. Ao contrário dos pássaros, que possuem um gene migratório específico que os orienta em suas viagens, os temidos caçadores do mar têm uma sensibilidade particular para distinguir o campo magnético da Terra.

Tubarões usando campo magnético

Como mostra uma reportagem da versão espanhola da revista National Geographic, da África do Sul à Austrália, a espécie tubarão-limão (Negaprion brevirostris) encontra o caminho de volta para casa por meio de uma estratégia natural rara na natureza. Embora se pensasse anteriormente que estava relacionado ao olfato, o campo magnético do nosso planeta desempenha um papel fundamental no deslocamento do peixe ao longo do ano.

Claro que o olfato é um fator muito importante na orientação dessa espécie de tubarão, mas os cientistas descobriram que dificilmente é o único fator determinante. Ao contrário, para navegar longas distâncias, eles detectam o campo terrestre com órgãos sensoriais de natureza eletromagnética.

Isso não é novidade para os cientistas envolvidos no estudo, segundo a revista. Já se sabia que os tubarões-limão detectam as presas por meio de um órgão especial. Provavelmente ele possuem um “mapa magnético” embutido no cérebro, informando especificamente onde estão as presas, diz o estudo.

De acordo com os cientistas, os resultados da pesquisa lançam uma nova luz sobre a localização e o estado dos ecossistemas ligados aos tubarões. Saber onde vivem abre um terreno fértil para a preservação das espécies, pois será possível prever onde estarão ao longo do ano.