Ciência
Cientistas criam o menor robô do mundo, que parece um “caranguejo”, com apenas 0,5 mm
Ele é tão pequeno que a cabeça de uma agulha é enorme perto dele. Ainda mais incrível, o nanorrobô pode ser controlado remotamente
Cientistas criaram o que dizem ser o menor robô do mundo. Ele parece um minúsculo caranguejo e possui apenas meio milímetro de largura, sendo menor que a cabeça de uma agulha. O objeto inovador consta de uma pesquisa publicada na última quarta (25/5) na revista científica Science Robotics.
Robôs extremamente pequenos como esse podem ser usados em diferentes áreas, desde ajudar em procedimentos cirúrgicos até ajudar em consertos de locais tão estreitos que ferramentas comuns não acessam. Quanto menores eles ficam, mais possibilidades surgem.
Apesar do minúsculo robô ser impressionante, ainda não está pronto para sair pelo mundo fazendo reparos. Como mostra o site americano de notícias científicas Science Alert, ele se move como um caranguejo em miniatura. As técnicas apresentadas no estudo recém-publicado podem ser aplicadas no desenvolvimento de robôs minúsculos em praticamente qualquer formato necessário, de acordo com os cientistas.
“Nossa tecnologia permite uma variedade de modalidades de movimento controlado e pode chegar a uma velocidade média da metade do comprimento do corpo por segundo”, diz o engenheiro mecânico Yonggang Huang, da Universidade Northwestern, em Illinois (EUA), um dos autores do estudo, citado pelo site especializado.
A tecnologia na qual o robô se baseia foi desenvolvida há oito anos e não é nada absurda: as peças são fixadas em um substrato de borracha esticado e, quando o material é relaxado, o dispositivo aparece em sua forma original.
Ao calibrar cuidadosamente as peças básicas, a forma do robô pode ser controlada com precisão. Na verdade, segundo o Science Alert, as partes móveis dele são feitas de um material com “memória de forma”, que apresenta dois formatos diferentes, dependendo de estarem ou não aquecidos.
Quando lasers são aplicados no robô, como um controle remoto, aquece partes específicas e, assim, elas mudam de forma e impulsionam o “caranguejo” para frente. Não há necessidade de uma fonte de energia ou um motor, e uma fina camada de vidro garante que os componentes voltem à sua forma original à medida que esfriam.
“Como essas estruturas são tão pequenas, a taxa de resfriamento é muito rápida. Na verdade, reduzir o tamanho desses robôs permite que eles funcionem mais rápido”, comenta o cientista de materiais John Rogers, também da Universidade de Northwestern (EUA), outro autor do estudo, citado pelo Science Alert.
O movimento do minúsculo “robô-caranguejo” é definido pelo local em que o laser atinge a estrutura dele. Ao mudar a frequência do raio do laser, a velocidade de movimento também pode ser alterada.
Os pesquisadores dizem que há muito potencial no processo descrito na pesquisa: os robôs em miniatura podem fazer girar e pular, por exemplo. Desde que esteja dentro da linha de visão do laser, ele pode ser manipulados remotamente.