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Cientistas detectam sinais de rádio vindos de 19 estrelas

Por João Paulo Martins  em 11 de outubro de 2021

Usando uma poderosa antena instalada na Holanda, pesquisadores conseguiram identificar sinais de rádio de estrelas anãs vermelhas e quatro delas teriam planetas

Cientistas detectam sinais de rádio vindos de 19 estrelas
Quatro estrelas anãs vermelhas enviaram sinais que indicam possuírem planetas em suas órbitas (Foto: Facebook/ASTRON.NWO/Reprodução)

 

Usando a antena mais poderosa do mundo, a Low Frequency Array (Listagem de Baixa Frequência ou Lofar), que fica na Holanda, cientistas detectaram sinais de rádio emitidos por 19 estrelas anãs vermelhas. Quatro delas possuem sinais que indicam planetas em suas órbitas, de acordo com o jornal britânico The Guardian.

As descobertas foram publicadas nesta segunda (11/10) na revista científica Nature Astronomy.

Na opinião do astrofísico Benjamin Pope, da Universidade de Queensland, na Austrália, citado pelo periódico, os achados abrem “oportunidades radicalmente novas” para estudar exoplanetas que podem ser habitáveis.

Como explica o The Guardian, a poderosa antena do Lofar é um protótipo e faz parte do projeto Square Kilometer Array, que será o maior radiotelescópio do mundo, com sede na Austrália e na África do Sul.

“Lofar é uma miniversão do que podemos esperar na Austrália de cinco a 10 anos”, comenta Pope ao jornal britânico.

Usando sinais de rádio emitidos em todo o Universo, cientistas descobriram como “filtrar” os objetos astronômicos, como buracos negros e estrelas de nêutrons, para focar apenas nas anãs vermelhas.

 

Cientistas detectam sinais de rádio vindos de 19 estrelas
A poderosa antena do Lofar, na Holanda, é capaz de detectar sinais de rádio de baixa frequência oriundos do espaço (Foto: Facebook/ASTRON.NWO/Reprodução)

 

O principal autor do estudo, o astrofísico Joseph Callingham, do Instituto Holandês de Radioastronomia, citado pelo The Guardian, afirma que a equipe está confiante de que os sinais são originados da conexão magnética entre as estrelas e os planetas que as orbitam.

“É um espetáculo que atraiu nossa atenção a anos-luz de distância”, comenta o cientista.

Para Benjamin Pope, são necessários novos estudos para confirmam essa relação, apesar de que “as evidências excluem todas as outras possibilidades, exceto que é uma estrela interagindo com um planeta”.

Até agora, com o Lofar, eles olharam apenas para uma fração do céu. Quando o radiotelescópio australiano estiver pronto, devem encontrar milhares de sistemas estelares, na opinião de Pope.

Segundo o jornal britânico, os planetas que orbitam estrelas anãs vermelhas geralmente têm temperaturas semelhantes às da Terra.

“Portanto, estamos procurando planetas habitáveis como moradas em potencial para a vida. Não se trata de encontrar o Planeta B para onde possamos nos mover. Trata-se de descobrir se existe vida em outro lugar do Universo”, diz Benjamin Pope, citado pelo The Guardian.