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Ciência

Cobra rara é encontrada no Alabama (EUA) pela segunda vez em 60 anos

Por Da Redação  em 21 de março de 2022

O réptil da espécie índigo oriental nasceu na natureza graças a um programa bem-sucedido de reintrodução

Cobra rara é encontrada no Alabama (EUA) pela segunda vez em 60 anos
A cobra índigo oriental praticamente havia sumido das florestas do Alabama, nos Estados Unidos (Foto: Wikimedia/Creative Commons)

 

Pela segunda vez em mais de 60 anos, uma cobra índigo oriental (Drymarchon couperi) nascida na natureza foi avistada no Alabama (EUA). Isso foi possível graças ao programa intensivo de reintrodução de répteis nativos no estado americano.

“A cobra encontrada ontem [16/3] indica que o projeto está dado resultado e algumas índigos prosperando e reproduzindo, exatamente como queríamos. Reintroduzir uma espécie em sua área nativa é uma tarefa assustadora, e celebramos cada passo bem-sucedido”, diz a Divisão de Vida Selvagem e Pesca de Água Doce do Alabama em publicação compartilhada no Facebook na última quinta (17/3).

A espécie, a maior cobra nativa dos EUA, costumava ser encontrado em todo o Alabama. Mas foi extinta no estado na década de 1950, em grande parte devido à perda de habitat, segundo a emissora americana CNN.

Essas cobras são um elemento crucial do ecossistema, afirma o biólogo Jim Godwin, da Universidade de Auburn, no Alabama (EUA), em entrevista à emissora. Ele conta que as índigos orientais eram, historicamente, o principal predador das florestas de coníferas (tipos de pinheiros) que existem na região. O declínio na população da cobra, portanto, gera um “efeito dominó” em outras espécies presentes nesse bioma.

Em 2006, informa a CNN, uma equipe de conservacionistas do Alabama lançou um projeto para reintroduzir a cobra índigo oriental no estado. Os primeiros indivíduos era originários da Geórgia, onde a espécie também é encontrada. Em 2010, foram soltas índigos criadas em cativeiro na Floresta Nacional de Conecuh. O objetivo é introduzir cerca de 300 cobras para se chegar a uma população saudável e viável no Alabama.

A descoberta de cobras índigo orientais nascidas na natureza significa que o programa já deixa descendentes, fornecendo uma esperança para o sucesso da espécie no estado americano. “É um excelente indicador de que as cobras que soltamos, que nasceram em cativeiro, foram capazes de se adaptar à natureza, estão funcionando como cobras selvagens e se reproduzindo”, comenta Jim Godwin à CNN.

O reconhecimento do indivíduo flagrado em meados de março como sendo natural se deve a dois fatores, de acordo com o biólogo: o tamanho reduzido e a falta de uma etiqueta PIT (ou transponder integrado passivo). De acordo com a emissora, a cobra índigo flagrada na natureza era claramente menor do que as liberadas pelo programa. A espécie pode chegar a 2,4 m de comprimento na idade adulta. Além disso, os exemplares que foram soltos tinham etiquetas PIT, que possuem pequenos microchips que permitem aos pesquisadores identificar cada animal pelo código único.