De olho nos alienígenas, cientistas conversam durante 20 minutos com baleia-jubarte

 
Num encontro sem precedentes, uma equipe de cientistas realizou, com sucesso, uma “conversa” com uma baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) chamada Twain. Os detalhes desse encontro podem ser encontrados no artigo publicado no fim de novembro na revista científica Peer J.

Segundo o site americano Earth, o projeto chamado Whale-SETI vem realizando pesquisas sobre os sistemas de comunicação das baleias-jubarte, com o objetivo de desenvolver filtros de inteligência para ajudar na busca por vida inteligente extraterrestre.

Cientistas do Instituto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence ou Busca por Inteligência Extraterrestre), da Universidade da Califórnia em Davis (EUA) e da Fundação das Baleias do Alasca (Alaska Whale Foundation) foram responsáveis por esse avanço surpreendente no campo da inteligência não humana.

Na conversa, foi usado um chamado de “olá” de uma baleia-jubarte, reproduzido no mar por meio de um alto-falante subaquático. Os pesquisadores ficaram surpresos quando Twain se aproximou e circulou o barco da equipe, respondendo de maneira coloquial ao “sinal de saudação”.

Ao longo de 20 minutos de “conversa”, Twain reagiu de forma consistente às variações de intervalo entre cada reprodução do chamado.

“Acreditamos que essa é a primeira troca comunicativa entre humanos e baleias-jubarte na ‘linguagem’ jubarte”, comenta a pesquisadora Brenda McCowan, da Universidade da Califórnia em Davis, principal autora do estudo, citada pelo Earth.

Para o pesquisador Fred Sharpe, da Alaska Whale Foundation, o experimento só enfatiza a inteligência aguçada das baleias-jubarte, destacando as habilidades delas de se envolver em sistemas sociais complexos e de se comunicar extensivamente por meio de canções e chamados.

Para além da biologia, de acordo com o Instituto SETI, o estudo ajudará no contato com possíveis civilizações extraterrestres. Por meio do projeto Whale-SETI, os resultados da análise de sistemas de comunicação inteligentes, terrestres e não humanos, favorecem o desenvolvimento de filtros que poderão ser aplicados a quaisquer potenciais sinais alienígenas que venham a ser recebidos na Terra.