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Ciência

Descoberto planeta possivelmente habitável orbitando uma estrela anã branca

Por João Paulo Martins  em 12 de fevereiro de 2022

É a primeira vez que cientistas detectam a possibilidade de vida em um corpo que orbita uma estrela morta, que emite pouca luz e calor

Descoberto planeta possivelmente habitável orbitando uma estrela anã branca
Impressão artística do planeta que orbita a anã branca WD1054-226 (Foto: Mark A. Garlick/Divulgação)

 

Cientistas acreditam que possa haver alguma forma de vida no planeta que orbita próximo a uma estrela anã branca morta situada a 117 anos-luz da Terra.

Segundo o jornal britânico The Times, pesquisadores observaram um anel formado por detritos do tamanho da Lua orbitando nas redondezas da estrela anã branca WD1054-226, que já queimou todo o seu estoque de hidrogênio.

A descoberta, publicada na última terça (8/2) na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, sugere que o planeta localizado na área conhecida como zona habitável da estrela pode possuir água e, com isso, hospedar alguma forma de vida.

Pesquisadores acreditam que essa região seja habitável há, pelo menos, dois bilhões de anos, inclusive por um bilhão de anos no futuro.

Para chegar a esses resultados, o estudo mediu a luz da estrela anã branca usando dados de telescópios terrestres e espaciais, registrando mudanças ao longo de 18 noites por meio de uma câmera de alta velocidade do Observatório de La Silla, no Chile, informa o The Times.

Eles encontraram alterações significativas na luz, correspondendo a 65 nuvens uniformemente espaçadas, formadas por detritos planetários, que orbitam a estrela a cada 25 horas.

“Acreditamos que o planeta seja semelhante em tamanho ao dos tipos sólidos de nosso Sistema Solar. A distância aproximada entre o planeta e a WD1054-226 é de cerca de 1,7% da distância Terra-Sol [aproximadamente 2,5 milhões de km]”, dizem os cientistas no estudo, citados pelo jornal britânico.

Vale lembrar que a zona habitável de uma estrela é a região onde a temperatura, teoricamente, permite a existência de água líquida na superfície de um planeta. Em comparação com uma estrela como o Sol, a zona habitável de uma anã branca será menor e mais próxima dela, pois emitem menos luz e calor.

“Essa é a primeira vez que astrônomos detectam qualquer tipo de corpo planetário na zona habitável de uma anã branca”, afirma o pesquisador Jay Farihi, da Universidade College de Londres, no Reino Unido, citado pelo The Times.