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Ciência

Dia Internacional do Asteroide: descartado risco de impacto do "2021 QM1" em 2052

Por João Paulo Martins  em 30 de junho de 2022

Asteroide considerado o mais perigoso para o futuro da humanidade foi retirado da lista de risco da Agência Espacial Europeia

Dia Internacional do Asteroide: descartado risco de impacto do "2021 QM1" em 2052
(Foto: Pixabay)

 

Nesta quinta (30/6) é celebrado o Dia Internacional do Asteroide, data instituída pelas Nações Unidas (ONU) em 2016. Aproveitando o momento, cientistas da Agência Espacial Europeia (European Space Agency ou ESA) que a rocha espacial considerada a mais perigosa para a Terra, que tinha chance real de atingir nosso planeta em 2 de abril de 2052, foi tirada da lista de risco.

Como mostra o site americano SciTechDaily, a equipe de asteroides da ESA, trabalhando em conjunto com especialistas do Observatório Europeu do Sul (European Southern Observatory), removeu oficialmente o 2021 QM1 da lista de risco de impacto, após observações e análises qualificadas do asteroide, que é um dos mais difíceis de ser encontrado, mesmo com telescópios extremamente sensíveis – por ter um brilho muito fraco.

O 2021 QM1 foi descoberto pela primeira vez em 28 de agosto de 2021, pelo observatório Mount Lemmon, localizado ao norte de Tucson, no Arizona (EUA). No início, não gerou expectativas, já que uma dúzia de novos asteroides próximos à Terra são identificados quase todas as noites. Porém, observações posteriores feitas por telescópios em todo o mundo começaram a contar uma história mais preocupante.

“As primeiras observações nos deram mais informações sobre a trajetória do asteroide, que depois projetamos para o futuro. Pudemos ver em seus futuros caminhos ao redor do Sol que, em 2052, ele poderia chegar perigosamente perto da Terra. Quanto mais o asteroide foi observado, maior o risco de colisão”, comenta o pesquisador Richard Moissl, chefe de Defesa Planetária da ESA, citado pelo SciTechDaily.

É importante ressaltar que os cálculos das órbitas são feitos com base em algumas noites de observações e estão sujeitos a certa margem de erro. Por isso muitos asteroides recém-descobertos costumam ser adicionados à lista de risco da ESA ou da Nasa e, posteriormente, removidos assim que mais dados são coletados.

No caso do 2021 QM1, o risco parecia aumentar, mostra o site americano. Em certo momento, um alinhamento astronômico atrapalhou a vida dos cientistas: a órbita do asteroide o fez se aproximar do Sol de tal forma que, a partir da visão da Terra, durante meses, era impossível observá-lo, devido ao brilho intenso de nossa estrela.

“Só tivemos que esperar. Mas, por fim, sabíamos que 2021 QM1 também estava se afastando da Terra em sua órbita atual, o que significava que, quando passou do brilho do Sol, poderia ser muito fraco para ser detectado”, conta o astrônomo Marco Micheli, do Centro de Coordenação de Objetos Próximos à Terra (Near-Earth Objects Coordination Centre), da ESA, citado pelo SciTechDaily.

 

Fim do risco de colisão?

 

A partir das novas observações, a trajetória do “perigoso” asteroide foi corrigida, descartando o possível impacto em 2052. Além disso, o 2021 QM1 foi removido da lista de risco da ESA. Ainda assim, existem outros 1.377 de rochas espaciais nessa lista.

O site americano lembra que mais de um milhão de asteroides foram descobertos no Sistema Solar, dos quais cerca de 30.000 possuem órbitas que os deixam próximos da Terra.