Ciência
É possível criar um buraco negro na Terra que acabasse com o planeta?
Entenda até que ponto nossa tecnologia, especialmente o Grande Colisor de Hádrons, seria capaz de criar um perigoso buraco negro na Terra
Em 2013, quando o Grande Colisor de Hádrons (Large Hadron Collider ou LHC), instalado no Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN), em Genebra, na Suíça, confirmou a existência do bóson de Higgs, também conhecida como partícula de Deus, por ser associada à origem das demais partículas, surgiu a teoria de que o equipamento poderia criar um buraco negro e acabar com a Terra.
Será que isso é possível? A resposta para essa pergunta continua sendo a mesma de nove anos atrás: quase certamente não, segundo o site americano The Next Web. Pode ser que o LHC acabe criando buracos negros microscópicos em algum momento, ainda que seja quase impossível. O importante é que, teoricamente falando, se isso acontecer, indicaria que formas microscópicas desse objeto espacial são mais comuns do que se imaginava.
Como lembra o site americano, existem ameaças maiores em nosso Sistema Solar do que possíveis buracos negros criados pelo LHC. Então, supostamente, não há o que temer.
A razão pela qual é improvável que o Grande Colisor de Hádrons produza um buraco negro perigoso é que não tem energia suficiente para isso. Mas e se pudessem fazer um upgrade no LHC para gerar a quantidade necessária de energia?
De acordo com o The Next Web, cientistas atualmente simulam buracos negros para estudar efeitos gravitacionais quânticos, geralmente envolvem lasers, átomos frios e metais estranhos.
Os experimentos são curiosos e estão dando aos físicos uma visão incrível do nosso Universo, mas é totalmente improvável que produzam qualquer tipo de anomalia cósmica ou um “bebê” buraco negro.
O site americano salienta que se quiséssemos pensar num cenário em que cientistas acidentalmente criassem um buraco negro grande o suficiente para engolir nosso planeta inteiro (ou mesmo o Sistema Solar), teríamos que pensar muito, mas muito além do usual.
Normalmente, esses corpos celestes são formados quando uma grande estrela colapsa sobre si mesma e sua massa fica tão densa e compacta que começa a adquirir propriedades exóticas.
Mas a estrela teria que ser tão massiva para que isso aconteça que nosso Sol provavelmente fracassaria para gerar um buraco negro caso colapsasse sobre si mesmo. Isso significa que os cientistas teriam que criar uma implosão mais poderosa do que o nosso próprio Sol colapsando. É difícil imaginar uma coisa dessas acontecendo em nosso planeta relativamente pequeno – mas não impossível, conforme o The Next Web.
Uma possibilidade é a reação de fusão nuclear a “frio” que poderia desencadear uma reação em cadeia e, em vez de explodir para consumir o planeta, causaria colapsos consecutivos. Em essência, seria uma espécie de “mini-Big Bang”, ou muitos “mini-Big Bangs”.
Mas a fusão a frio ainda é hipotética e não há razão para acreditar que possa ser perigosa a ponta de acabar com nossa galáxia. Falando de forma realista, não há maneiras reais para os cientistas causarem tanto dano, afirma o site americano.
Tudo bem que há cem anos, o LHC parecia ficção científica. Com um pouco de sorte e determinação, seremos capazes de destruir toda a galáxia no futuro próximo.