Ciência
Filme de terror? Som do buraco negro do aglomerado de Perseu deixa internautas arrepiados
A gravação foi compartilhada pela Nasa no último domingo (21/8) e é resultado da nuvem de gás que existe no entorno do supermassivo objeto espacial
No último domingo (21/8), a Nasa divulgou um áudio que representa as ondas sonoras geradas pelo buraco negro supermassivo que é encontrado no centro do aglomerado de galáxias de Perseu, que fica a mais de 200 milhões de anos-luz de distância da Terra.
Claro que trata-se de um som editado de forma que possa ser ouvido pelos humanos. Para isso, a Nasa usou dados da radiação gerada pelo corpo celeste e os ampliou, informa o jornal britânico The Guardian. Segundo a agência espacial, a gravação mostra que a ideia de que não há som no espaço é um erro.
“O equívoco de que não há som no espaço se origina porque a maior parte do Universo é um vácuo, não fornecendo nenhuma maneira de as ondas sonoras viajarem. Um aglomerado de galáxias tem tanto gás que captamos um som de verdade. Ele foi amplificado e misturado com outros dados, para que possamos ouvir o buraco negro”, diz a Nasa em post do Twitter, citado pelo jornal britânico.
O áudio parece mais uma trilha sonora de filme de terror, como um “rosnado” cósmico ou um túnel de vento sinistro. Muitos internautas comentaram afirmando que é justamente o som que imaginavam para um buraco negro supermassivo.
Outros usuários da rede social associaram a gravação a filmes de horror, devido à natureza etérea do som. “De alguma forma, dá para dizer que um buraco negro soaria como fantasmas assustadores em vez de ondas suaves do oceano”, escreve o usuário Asher Honickman, no Twitter.
Outros recorreram à cultura pop para descrever o áudio, com referências ao clássico cult de ficção científica O Enigma do Horizonte (1997) e ao filme de terror Silent Hill (2006). Um internauta achou até que o som parecia com a música Echoes, da banda britânica Pink Floyd, revela o The Guardian.
Na verdade, como explica a Nasa, o áudio em si vem do observatório espacial de raios-x Chandra, que foi lançado em maio. Ele é descrito como resultado de ondas de pressão enviadas pelo buraco negro, correspondendo a 57 oitavas abaixo do “dó central”, o que significa que os cientistas tiveram que ampliar a frequência quatrilhões de vezes para torná-lo audível.
“Os astrônomos descobriram que as ondas de pressão enviadas pelo buraco negro causavam ondulações no gás quente do aglomerado [de Perseu] que poderiam ser traduzidas em nota – uma que os humanos não conseguem ouvir, cerca de 57 oitavas abaixo do dó central”, afirma a agência espacial dos EUA em comunicado citado pelo jornal britânico.