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Ciência

Lembra do Exterminador do Futuro 2? Cientistas criam robô líquido capaz de se dividir e recuperar a forma

Por João Paulo Martins  em 28 de setembro de 2022

O nanorrobô é feito de ferrofluido e é capaz de se separar em várias partículas para passar por áreas difíceis e, em seguida, pode recuperar a forma original

Lembra do Exterminador do Futuro 2? Cientistas criam robô líquido capaz de se dividir e recuperar a forma
Robert Patrick como o androide futurista T-1000, de O Exterminador do Futuro 2 (1991), capaz de recuperar a forma após ser atingido por um tiro (Foto: TriStar Pictures/Reprodução)

 

Lembra do filme O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final (1991), em especial do androide T-1000 (Robert Patrick), construído com metal líquido e que é enviado do futuro para exterminar o jovem John Connor (Edward Furlong), que precisa ser protegido por outro androide, o The Terminator (Arnold Schwarzenegger)? A ficção pode se tornar “realidade” em breve, já que, em estudo publicado em 16 de setembro na revista científica Science Advances, pesquisadores apresentam um “robô” feito de um fluido magnético capaz de se dividir em gotículas e, em seguida, recuperar a forma original.

Como mostra a revista americana New Scientist, o robô líquido poderá ser usado em diversas aplicações no futuro, inclusive para entregar medicamentos diretamente na área afetada.

 

Lembra do Exterminador do Futuro 2? Cientistas criam robô líquido capaz de se dividir e recuperar a forma
O nanorrobô líquido pode se separar em partículas e, em seguida, se reagrupar na forma original (Fotos: YouTube/New Scientist/Reprodução)

 

O estudo é liderado por Xinjian Fan, da Universidade Soochow, em Taiwan, e mostra como gotículas de ferrofluido (nanopartículas magnéticas de óxido de ferro suspensas em óleo) foram unidas para compor o robô com cerca de um centímetro. Um conjunto de ímãs é usado ​​pode direcionar o nanorrobô para se movimentar mover ou alterar a forma.

Em vídeo divulgado pela New Scientist, é possível ver o robô líquido movendo por um canal estreito, sendo espremido sob efeito dos ímãs, para adquirir uma forma fina e alongada. Eles também usaram campos magnéticos para fazer com que o nanorrobô se dividisse em partículas menores. Após ajustar o ímã, as partes a se fundem novamente.

Em entrevista para a revista americana, o cientista Pietro Valdastri, da Universidade de Leeds, no Reino Unido, que não participou da criação do robô líquido, diz que essa capacidade de mudar a forma pode ser um avanço futuro, pois um paciente pode engolir drogas contendo o nanorrobô, que se divide dentro da pessoa, como no trato gastrointestinal, permitindo que cada minúscula gota robótica entregue um medicamentos no local determinado.

Enquanto isso não ocorre, a New Scientist revela que o robô líquido pode ter um uso mais imediato, como em dispositivos usados em laboratório de virologia, que precisam analisar testes de micro-organismos em espaços muito reduzidos. Nessas situações, os nanorrobôs de ferrofluido podem fornecer produtos químicos necessários para as análises.