Ciência
Neuralink, empresa de Elon Musk, não pode criar um Jurassic Park
No Twitter, o co-fundador da startup, Max Hodak, deixou internautas esperançosos de que existiria a tecnologia para reviver os dinossauros
A última vez que ouvimos falar da startup de biotecnologia Neuralink, do bilionário sul-africano Elon Musk, criador da Tesla e da SpaceX, ela havia implantado um chip do tamanho de uma moeda no cérebro de um porco para ouvir os sinais produzidos pelo animal.
Agora, na última quarta (7/4), Max Hodak, co-fundador da Neuralink, citado pelo site americano CNET, teria dito ao jornal New York Post que a “Neuralink tem tecnologia para construir um Jurassic Park [do filme Parque dos Dinossauros, de 1993] real”.
“Provavelmente poderíamos construir o Jurassic Park se quiséssemos. Não seriam dinossauros geneticamente autênticos, mas quem sabe? Talvez com 15 anos de cruzamentos e engenharia obteremos novas espécies, superexóticas”, comenta o empresário em tuíte compartilhado no último domingo (4/4).
Neuralink capaz de recriar os dinossauros?
A declaração feita no Twitter por Max Hodak, incluindo uma segunda publicação sobre a importância da biodiversidade e a possibilidade de criar novas espécies, não faz menção à empresa Neuralink.
Claro que muitos internautas passaram a especular que a startup de biotecnologia, provavelmente devido ao uso da palavra “nós” por Hodak, já teria condições de usar engenharia genética para trazer à vida espécies de dinossauros.
Porém, como mostra o CNET, o sócio de Elon Musk estava se referindo à humanidade e não à empresa que ajudou a fundar.
O site entrou em contato com a Neuralink para confirmar os comentários de Max Hodak, mas não recebeu resposta, provavelmente porque a startup esteja ocupada com ciência de verdade, em vez da possibilidade irreal da ressurreição de dinossauros.
É praticamente impossível ressuscitar um dinossauro, esclarece o CNET. A tecnologia para trazer os répteis gigantes de volta dos mortos não é tão simples quanto Hodak faz parecer.
Até a humanidade teria dificuldade em construir um Jurassic Park nos próximos 15 anos. Primeiro, precisaríamos de amostra de DNA dos animais pré-históricos e, ao contrário do filme de Steven Spielberg, onde o material genético é recuperado de mosquitos em âmbar e corrigido com DNA de anfíbios, os genes dos dinossauros já se perderam, esclarece o site americano.
No entanto, animais recentemente extintos, como o mamute-lanoso, podem ser uma boa opção para quem quiser recriar uma espécie. É possível extrair amostras viáveis de DNA dos fósseis dessa criatura preservados no permafrost (solo congelado) e, teoricamente, gerar um embrião de mamute e inseminar numa elefanta moderna, sugere o CNET.