Ciência
Raridade: cientistas encontram nova espécie de tardígrado em âmbar
Os pesquisadores estavam analisando a seiva petrificada de 16 milhões de anos, em busca de formigas, quando encontraram o urso d’água
Um grupo de cientistas encontrou uma nova espécie de tardígrado, animal famoso por ser extremamente resistente, quase perfeitamente preservada em âmbar (seiva petrificada) de 16 milhões de anos.
Segundo a emissora britânica BBC, o âmbar estava em tão boas condições que os especialistas puderam distinguir tudo que havia sido capturado por ele, incluindo o novo tipo de tardígrado.
É incrivelmente raro encontrar um fóssil desse animal, lembra a emissora. Até hoje, apenas três exemplares foram encontrados, incluindo o atual.
A descoberta foi publicada nesta quarta (6/10) na revista científica Proceedings of the Royal Society B.
“A descoberta de um fóssil de tardígrado é verdadeiramente um evento que ocorre uma vez em uma geração”, comenta o pesquisador Phil Barden, do Instituto de Tecnologia de Nova Jérsei (EUA), um dos autores do estudo, citado pela BBC.
O que é um tardígrado?
Também chamado de urso-d’água, o tardígrado é um animal minúsculo, medindo cerca de um milímetro, o que significa que não podem ser vistos sem um microscópio.
No entanto, apesar do tamanho diminuto, ele é considerado a criatura mais resistente da Terra. Tardígrados podem sobreviver à radiação, ao congelamento e à desidratação extrema, explica a emissora britânica.
Esses pequeninos animais geralmente podem ser encontrados em musgos ou lagoas e seus corpos se adaptam para sobreviver em diferentes condições.
Se estiver muito seco, as inteligentes criaturas produzem proteínas para repor a água que estão necessitando. Isso significa que eles podem sobreviver sem água por anos.
Descoberta do fóssil no âmbar
De acordo com a BBC, o grupo de cientistas estava estudando formigas presas num antigo pedaço de âmbar, quando notaram algo diferente.
“Em princípio, pensei que fosse um defeito no âmbar, como uma rachadura ou fissura que por acaso se parecia muito com um tardígrado”, conta Phil Barden à emissora.
Só quando conseguiram distinguir as minúsculas garras do animal é que perceberam que se tratava realmente de um urso d’água.
O tardígrado preservado na seiva petrificada era diferente de outras espécies conhecidas, o que levou os pesquisadores a classificarem o novo tipo como Paradoryphoribius chronocaribbeus.