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Ciência

Telescópio espacial James Webb revela seu potencial com imagem da Grande Nuvem de Magalhães

Por João Paulo Martins  em 10 de maio de 2022

Comparativo da imagem capturada pelo novo telescópio espacial com a de um já aposentado mostra uma impressionante diferença de resolução

Telescópio espacial James Webb revela seu potencial com imagem da Grande Nuvem de Magalhães
A Grande Nuvem de Magalhães vista pelo instrumento MIRI do telescópio James Webb (Foto: Nasa/ESA/CSA/STScI/Divulgação)

 

A Nasa realizou uma coletiva de imprensa na última segunda (9/5) para falar sobre a finalização do alinhamento dos espelhos do telescópio espacial James Webb e as próximas “missões” do avançado equipamento. Na ocasião, a agência espacial divulgou uma imagem incrível capturada pelo telescópio que revela sua potência.

“Tenho o prazer de informar que o alinhamento do telescópio foi concluído com um desempenho ainda melhor do que havíamos previsto. Este é um marco extraordinário para a humanidade”, comenta o cientista Michael McElwain, do Centro de Voo Espacial Goddard, da Nasa, citado pelo site americano Gizmodo.

O James Webb está estacionado no ponto de observação chamado L2 a quase 1,6 milhão de km da Terra, onde conseguirá observar mais profundamente o espaço do que seu antecessor, o telescópio espacial Hubble (que continua em atividade). A ideia é que ajude no estudo da formação das estrelas e da origem dos sistemas planetários, além de investigar a evolução de galáxias, exoplanetas e objetos em nosso Sistema Solar.

A imagem divulgada pela Nasa e que está impressionando os cientistas foi capturada pelo Mid-Infrared Instrument (MIRI), equipamento atrelado ao telescópio. Ela mostra um teste feito com  a Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da Via Láctea que foi previamente fotografada pela câmera infravermelha do telescópio espacial Spitzer, que funcionou de 2003 a 2020.

Telescópio espacial James Webb revela seu potencial com imagem da Grande Nuvem de Magalhães
Comparativo de uma seção da Grande Nuvem de Magalhães capturada pelos telescópios espaciais Spizer (esq.) e James Webb (Fotos: Nasa/JPL-Caltech e Nasa/ESA/CSA/STScI)

No comparativo entre as capturas feitas pelo James Webb e pelo Spitzer, a diferença é gritante. A do telescópio aposentado possui uma resolução infinitamente mais baixa, permitindo pouca visualização, por exemplo, da nuvem que compõem a galáxia, com apenas alguns borrões.

“Este é um exemplo científico muito bom do que o Webb fará por nós nos próximos anos”, diz o cientista Christopher Evans, da Agência Espacial Europeia (ESA), que também faz parte do projeto do James Webb, citado pelo Gizmodo.

Segundo Evans, o Spitzer era útil para apontar os objetos presentes na Grande Nuvem de Magalhães, mas as imagens eram limitadas devido à baixa resolução. Já o novo telescópio espacial é bem menos limitado e traz um vislumbre espetacular da Grande Nuvem de Magalhães.

O sensor Near Infrared Spectrograph do James Webb também é uma grande atualização em relação à tecnologia anterior. Christopher Evans explica que os telescópios espaciais mais antigos só conseguiam se concentrar em um alvo de cada vez. Já o telescópio poderá observar 100 alvos simultaneamente, revela o site americano.