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Ciência

Usando milhares de dados de DNA, cientistas criam a maior árvore genealógica do mundo

Por João Paulo Martins  em 25 de fevereiro de 2022

Além das informações genéticas, algoritmos ajudaram os cientistas a localizarem os ancestrais comuns de toda a humanidade

Usando milhares de dados de DNA, cientistas criam a maior árvore genealógica do mundo
Com amostras de DNA atuais e ancestrais, cientistas criaram a maior árvore genealógica já feita (Foto: Anthony Wilder Wohns, Yan Wong et ali./Science/Reprodução)

 

Em estudo publicado nesta sexta (25/2) na revista científica Science, pesquisadores afirmam ter criado a maior árvore genealógica de todos os tempos, dando um passo importante para mapear as relações genéticas da humanidade.

Foram analisados dados genômicos de centenas de milhares de indivíduos, incluindo milhares de pessoas pré-históricas, em método criado pelo Instituto Big Data da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

“Basicamente construímos uma enorme árvore genealógica, uma genealogia para toda a humanidade que modela exatamente como nossa história gerou toda a variação genética que encontramos nos humanos atuais. Essa genealogia nos permite ver como a sequência genética de cada pessoa se relaciona com todas as outras”, comenta o geneticista evolucionário Yan Wong, do Instituto Big Data, um dos autores do estudo, citado pelo site da Universidade de Oxford.

Segundo o especialista, como a qualidade do sequenciamento das amostras de DNA modernas e antigas vem melhorando, as árvores genealógicas se tornam ainda mais precisas e, em algum momento no futuro, será possível gerar um mapa único que explica a descendência de toda a variação genética humana.

Na pesquisa atual, foram usados oito bancos de dados genéticos diferentes, incluindo 3.609 sequências genômicas de 215 populações. Por meio de algoritmos, os cientistas previram onde os ancestrais comuns deveriam estar e a rede resultante chegou a quase 27 milhões de ascendentes.

Depois de adicionar dados de localização, os pesquisadores conseguiram estimar onde viviam nossos ancestrais comuns.

“Essencialmente, estamos reconstruindo os genomas de nossos ancestrais e usando-os para formar uma vasta rede de relacionamentos. Podemos, então, estimar quando e onde esses ancestrais viveram. O poder de nossa abordagem é que ela faz poucas suposições sobre os dados subjacentes e também pode incluir amostras de DNA modernas e antigas”, afirma o estatístico genético Anthony Wilder Wohns, também do Instituto Big Data, outro autor do estudo, também citado pela Oxford.