Aquecimento global faz com que 3.000 lagoas surjam no Peru

Em comunicado divulgado na última quarta (21/9), o Ministério do Meio Ambiente (Minam) do Peru informou que mais de 3.000 lagoas surgiram no país devido ao derretimento de geleiras, como impacto direto do aquecimento global.

“Nesse contexto, vale salientar que as geleiras estão em processo de derretimento, o que pode gerar risco para as populações que vivem nas partes mais baixas, porque estão sendo criadas novas lagoas com potencial perigo", afirma a vice-ministra de Meio Ambiente, Yamina Silva, citada pelo comunicado.

Ela explica que entre as novas lagoas formadas “cerca de 500 representam um possível perigo de transbordamento por causa das mudanças climáticas”.

Como lembra o jornal argentino La Nacion, o Peru tem 2.679 geleiras que cobrem uma área aproximada de 2.000 km².

Em julho de 2021, de acordo com o jornal argentino, a Autoridade Nacional de Águas (ANA) do Peru havia informado que o aquecimento global causou o derretimento de 51% da superfície das geleiras peruanas nos últimos 50 anos, o que provocou a formação de várias lagoas.

Um exemplo é a geleira Pastoruri, com 5.200 m de altura e localizada na região de Ancash (norte do país). Ela é a principal atração turística do parque nacional Huascarán, mas está sofrendo sérios danos pelas mudanças climáticas: já perdeu mais de 50% da superfície de gelo, de acordo com o relatório da ANA.

O Peru tem mais de 8.000 lagoas em suas 18 cadeias de montanhas nevadas, diz o La Nacion. O país tem 71% das geleiras localizadas em regiões tropicais do mundo.